Geoglifos do Acre alimentam debate sobre proteção da Amazônia

Dois geoglifos no Acre revelam como povos pré-colombianos combinavam a queima localizada da mata com técnicas semelhantes às de agroflorestas, indicando atividade agrícola e manejo florestal.

 19/03/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 18/10/2019 as 11:33
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O estudo de dois geoglifos localizados no Acre traz evidências de que nunca houve, naquela parte da Amazônia, desmatamento em dimensões semelhantes às atuais.

A pesquisadora Jennifer Watling, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, é uma das autoras de um artigo publicado na edição de 21 de fevereiro da revista científica Proceedings of The National Academy of Sciences of The United States of America. O artigo descreve evidências arqueológicas e paleobotânicas de que os povos que construíram os geoglifos, cerca de 2 mil anos atrás, utilizavam técnicas de manejo florestal, criando uma floresta antropizada.

Geoglifos são desenhos geométricos de proporções gigantescas localizadas no solo e que configuram vestígios arqueológicos. Os mais famosos são as linhas de Nazca. Mas diferentemente do Peru, os geoglifos encontrados no Acre não foram originalmente feitos para serem vistos à distância.

“Onde as pessoas pensavam que a floresta era intocada, na verdade não era”, comenta Jennifer.

Atualmente, no Acre, o avanço do desmatamento tem revelado diversos geoglifos até então escondidos pela floresta. Os arqueólogos acreditam que esses geoglifos eram locais cerimoniais.

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