O mais recente lançamento do médico cardiologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP Fernando Nobre é o livro Homem Médico, publicado pela Editora Novo Século, com 288 páginas.
Nesta quinta-feira, dia 21, das 18hs30 às 21 horas, Fernando Nobre participa de uma sessão de autógrafos na Livraria da Vila, no Shopping Eldorado (Avenida Rebouças, 3.970, Pinheiros, em São Paulo).
A obra
Com vasta experiência como profissional e autor de outras 26 obras, uma inclusive ganhadora do Prêmio Jabuti, em 2006, Fernando Nobre transporta os leitores para um romance que desvenda a vida do protagonista, dr. Reinaldo, um médico com dedicação à prática da medicina desde a juventude. O romance, além de narrar as jornadas e desafios enfrentados por dr. Reinaldo em sua carreira e vida pessoal, promove uma reflexão sobre o comportamento humano. Em especial, explora as dinâmicas do poder e privilégio que moldam valores, crenças e atitudes na sociedade contemporânea.
A trama delineada por Nobre destaca as complexidades das relações humanas na prática médica, proporcionando uma análise rica sobre a distinção entre doenças e enfermidades. O autor destaca a relevância de entender as questões atuais de relações interpessoais na medicina, enfatizando a importância da humanização e compreensão no exercício da profissão médica, em contraste com uma abordagem meramente técnica e impessoal.
Em entrevista à Rádio USP Ribeirão, o autor esclarece que Homem Médico é uma profunda reflexão sobre as características que se espera e deseja do comportamento humano, especialmente daqueles que detêm poder e privilégio para moldar seus valores, crenças, atitudes e conceitos éticos e morais de acordo com seu livre arbítrio. Nobre destaca que a obra não é autobiográfica, mas é inevitável a influência de sua própria experiência como médico na construção do personagem central.
No prefácio, o médico psiquiatra e escritor Augusto Cury enfatiza que, em Homem Médico, o autor busca transmitir a ideia de que cada ser humano é único e insubstituível, indo além de meros órgãos a serem tratados ou diagnósticos a serem feitos. Diz, ainda, que o dr. Reinaldo, o protagonista, personifica a busca por atribuir um significado mais profundo à prática médica, transformando sua jornada em um cuidado dedicado à pessoa humana. Para Cury, o autor destaca a importância de os médicos, independentemente de suas especialidades, valorizarem o ser humano por trás dos sintomas físicos e psicossomáticos. Adverte sobre o perigo de uma medicina cada vez mais racionalista, cartesiana, organicista, que despreza a complexidade do psiquismo humano e os fantasmas mentais que assombram cada pessoa. “Ainda bem que há pessoas como o dr. Fernando Nobre, que querem ajudar a resolver essa equação existencial”, finaliza Cury.