Maus hábitos alimentares influenciam a hipertensão

A doença é silenciosa e pode causar infarto, falência dos rins e AVC, revela o professor Fernando Nobre, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP

 16/05/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 18/05/2017 as 10:17
Por

Clique aqui para fazer o download.

O Saúde sem Complicações desta semana entrevista o professor Fernando Nobre, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e coordenador da Unidade Clínica de Hipertensão da Divisão de Cardiologia do Hospital das Clínicas da FMRP (HCFMRP), ambos da USP.

Ele fala sobre a hipertensão, ou a chamada pressão alta, que é a circulação elevada de sangue pelas artérias. Essa é uma doença primária, ou seja, sem causa específica e sem cura. “Dizer que não tem cura causa um incômodo para os pacientes, mas isso não quer dizer que não tem uma evolução ruim, tem uma evolução muito boa se tratada”, afirma.

O problema da doença é que, por ser silenciosa, dificulta o diagnóstico. Quando os sintomas aparecem, já há comprometimento dos órgãos alvos, como o cérebro, coração e rins, e causa o Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto e falência dos rins.

Dessa forma, o professor ressalta a importância de visitar regularmente médicos e medir a pressão, porque, com o tratamento precoce, aumentam as chances do paciente ter uma boa qualidade de vida.

Existem duas formas de tratamento, a não medicamentosa e a medicamentosa. A primeira aborda várias ações e orientações como por exemplo: a redução da ingestão de sal, manutenção do peso, atividade física adequada e diminuir consumo de álcool. No medicamentoso, o hipertenso deve fazer o uso de remédios específicos aliado aos hábitos do primeiro tratamento.

Fator idade

A pressão alta atua independente de etnia, gênero ou idade. Entretanto, após os 60 anos de idade a prevalência da doença pode chegar a 60%. Para a população adulta a porcentagem reduz pela metade, chegando aos 30%.

De acordo o professor, para crianças e adolescentes os índices podem atingir cerca de 5% e nesse caso o valor ainda é alto. “Esse índice cresceu nos últimos anos por causa dos maus hábitos alimentares. Por exemplo a alta ingestão de sal, embutidos, ultraprocessados que podem causar a obesidade que é um dos fatores determinantes para hipertensão”, finaliza.

Por Giovanna Grepi


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.