O mercado brasileiro dos chamados dispositivos médicos implantáveis, os DMIs, que são os stents, marca-passos, cardiodesfibriladores, próteses e órteses, placas e parafusos, é um chamariz para fraudadores. Os escândalos de corrupção no setor têm sido recorrentes no noticiário nacional no que ficou conhecido como a Máfia das Próteses.
Em 2014, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar e a Anvisa, o mercado de DMIs movimentou R$ 4 bilhões de reais. A Associação Nacional de Hospitais Privados estima que, em 2017, dos 100 bilhões de reais desperdiçados na saúde pública e privada, cerca de 2% a 3% foram desviados em esquemas de corrupção.
O gastroenterologista André Domingos Pippa Tomazella, presidente do quarto Congresso Nacional de Órtese, Prótese e Materiais Especiais (OPMED), diz que a Máfia das Próteses é reconhecida pelas autoridades e órgãos de classe. Tomazella explica que a iniciativa para combater a ação da máfia no âmbito do governo federal é a auditoria médica que avalia a indicação da prótese. A classe médica também tem reagido através dos órgãos de representação, segundo o médico. Ele ainda diz que até mesmo o paciente tem condições de dificultar a ação dos corruptos.
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