Num resultado apertado, com uma diferença de pouco mais de 2,1 milhões de votos, 50,9% sobre um total de 124,2 milhões, Luiz Inácio Lula da Silva conquistou a Presidência da República no segundo turno das eleições presidenciais, realizado, neste domingo passado, em todo o País. Seu adversário, o atual presidente, Jair Bolsonaro, teve 49,1% dos votos.
O resultado mostra o grau de acirramento da disputa no segundo turno, já previsível na divulgação dos resultados do primeiro que apontaram uma vitória de Lula por 48,43% a 43,20%.
O reconhecimento do resultado das eleições, a vitória de Lula, foi imediato, tanto nacional quanto internacionalmente. Os presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lyra, reconheceram a vitória de Lula, imediatamente. Parabéns pela vitória por parte do presidente dos EUA, Joe Biden, e do presidente da França, Emanuel Macron, também foram enviados ao Brasil rapidamente. Os presidentes da maioria dos países latino-americanos e vários governantes europeus já reconheceram a vitória de Lula. Nesta segunda-feira, foi a vez do presidente chinês XI Jinping, do russo Vladimir Putin e do inimigo deste, Volodymyr Zelensky, da Ucrânia. O presidente argentino, Alberto Fernández, fez questão de vir a São Paulo transmitir seu cumprimento pessoalmente.
Até o fechamento desta edição, o presidente Jair Bolsonaro ainda não havia reconhecido a vitória de seu adversário nas eleições, contrariando a tradição histórica que ocorre mundialmente em quase todas as disputas presidenciais.
“Paz, democracia e oportunidades”
“Esta não é uma vitória minha, nem do PT, nem dos partidos que me apoiaram nessa campanha. É a vitória de um imenso movimento democrático que se formou, acima dos partidos políticos, dos interesses pessoais e das ideologias, para que a democracia saísse vencedora”, disse Lula, em sua primeira manifestação oficial depois da apuração dos resultados. “Só assim seremos capazes de construir um país de todos. Um Brasil igualitário, cuja prioridade sejam as pessoas que mais precisam. Um Brasil com paz, democracia e oportunidades.”
Lula continuou: “A roda da economia vai voltar a girar, com geração de empregos, valorização dos salários e renegociação das dívidas das famílias que perderam seu poder de compra. A roda da economia vai voltar a girar com os pobres fazendo parte do orçamento. Com apoio aos pequenos e médios produtores rurais, responsáveis por 70% dos alimentos que chegam às nossas mesas”. Sem esquecer a cultura: (…) (O povo) quer livros em vez de armas. Quer ir ao teatro, ver cinema, ter acesso a todos os bens culturais, porque a cultura alimenta nossa alma”.
E pontificou: “Neste 30 de outubro histórico, a maioria do povo brasileiro deixou bem claro que deseja mais – e não menos democracia”.
São Paulo e demais Estados
Em São Paulo, o candidato do partido Republicanos, Tarcísio de Freitas, apoiado por Bolsonaro, recebeu 55,27% dos votos contra 44,73% de Haddad, próximo a Lula.
Ao contrário do ocorrido no pleito presidencial, Haddad telefonou a Tarcísio colocando-se à disposição para ajudá-lo em Brasília, uma vez que deverá ocupar um cargo federal no próximo governo.
Tarcísio, por sua vez, declarou à imprensa sua intenção de se relacionar bem com o futuro governo brasileiro de maneira a contar com sua simpatia para a solução de desafios a serem enfrentados na administração do Estado paulista.
Encerrado o segundo turno, o quadro de governadores eleitos para o quadriênio 2023-2026 apresenta uma miscelânea de candidatos eleitos, representando nada menos do que 11 partidos políticos. Os que mais elegeram foram o PT e o MDB, ainda que com apenas quatro cada um.
