Instituto de Radiologia é pioneiro no desenvolvimento de radiofármacos

Giovanni Guido Cerri diz que a tecnologia deve ser usada para reduzir custos na saúde melhorando o acesso e a qualidade dos serviços prestados

 17/09/2019 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 05/12/2019 às 12:05
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Desde 1994, o Instituto de Radiologia (InRad) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP tem a missão de ser um centro de excelência, coordenando ensino, pesquisa, assistência à população e inovação em diagnóstico e terapêutica por imagem. O InRad dispõe de recursos ambulatoriais de radiologia diagnóstica, intervencionista e tratamento de radioterapia, e do Centro de Medicina Nuclear (CMN), pioneiro no desenvolvimento de radiofármacos. O Jornal da USP no Ar tem apresentado uma série sobre a contribuição do Hospital das Clínicas para a sociedade. Nesta semana, o Jornal da USP no Ar conversa com o professor Giovanni Guido Cerri, presidente do InRad e presidente do Conselho de Inovação do HC, sobre a trajetória do instituto.

“O HC tem um papel fundamental em educar profissionais da saúde, para que eles repliquem a excelência do hospital em todo o País”, comenta Cerri – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

“O estudo sobre radiologia é um dos mais jovens do complexo do HC”, comenta o presidente do InRad. Criado em 1994, o instituto “sempre esteve na vanguarda da tecnologia e inovação”. No ano de 2006, há uma incorporação entre radiologia e oncologia (ramo da medicina que lida com tumores e com câncer), e a partir disso foi inaugurado o Centro de Oncologia dentro do InRad. O Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp) surge, justamente, desse centro.

Em 2006, o Instituto de Radiologia também introduziu o conceito de filmless, ou seja, “suprimiu a existência de filmes do HC, passando a utilizar o sistema PACS, no qual as imagens são transmitidas digitalmente, evitando a impressão de filmes e revelação, favorecendo, com isso, o meio ambiente”, explica Guido Cerri. Mais tarde, em 2010, foi incorporado um Cíclotron ao instituto. O InRad foi o primeiro instituto a conseguir introduzir um aparelho do gênero, o que possibilitou a autossuficiência na produção de fármacos, como FDG – “muito importante no diagnóstico de câncer”.

O Centro de Medicina Nuclear (CMN) também incorporou um PET-MR, aparelho que associa o PET – Tomografia de Emissão de Pósitrons – , técnica que utiliza radioisótopos para diagnóstico do câncer, dessa vez associado com a Ressonância Magnética (MR): “Trata-se de um sistema muito avançado, muito moderno”, comenta o professor. Além disso, em 2014, com o Departamento de Patologia, foi introduzida uma Ressonância de Sete Tesla; existem apenas dois aparelhos no Hemisfério Sul. “É um equipamento inovador para pesquisas em sistema nervoso central, muito utilizado para doenças neurodegenerativas, e recentemente passamos a utilizá-lo em pesquisas clínicas com pacientes do HC.”

Para além, foi inaugurado recentemente o Distrito Inova HC, com o objetivo de incentivar a inovação dentro e fora do HC. Esta missão é cumprida por meio de um ecossistema que promove a transferência de conhecimento científico, tecnológico e cultural entre os setores público e privado, contribuindo ativamente com o avanço da saúde no Brasil. “O espaço reúne startup e aceleradoras. A proposta é transformar a inovação, ao lado da pesquisa, em um pilar para a melhoria do acesso e qualidade dos serviços na área da saúde”, esclarece Guido Cerri.

O HC é o principal complexo de saúde do País, além do principal centro de pesquisa na área da saúde, no entanto sua capacidade de atendimento é limitada. Vinculado à Faculdade de Medicina da USP, o “HC tem um papel fundamental em educar profissionais da saúde, para que eles repliquem a excelência do hospital em todo o País”.

O grande desafio na área da saúde é a questão do financiamento. O presidente do InRad explica que, com a inversão da pirâmide etária, ou seja, o aumento da população idosa em relação à jovem, o Brasil terá que lidar com uma série de doenças crônicas, ao mesmo tempo que lida com as enfermidades infecciosas. “Por isso, temos que usar a tecnologia não como um fator de aumento do custo, mas sim para facilitar o acesso e reduzir custos.”

 


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