Na atual crise política e econômica, cresce o descontentamento da população com os partidos estabelecidos e aumenta a descrença nas instituições brasileiras. Nesse cenário, surgem novos movimentos políticos que tomam as ruas, os locais de estudo e trabalho, mostrando uma nova forma de fazer política.
Para Pablo Ortellado, professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP, a explosão de mobilizações políticas no Brasil teve início nos protestos de 2013 e retoma as épocas das mobilizações ocorridas entre as décadas de 1970 e 1980, período de ditadura militar. Mas diferente daquela época, quando os movimentos passaram por um processo de “institucionalização”, em que muitos deles se tornaram partidos políticos, o atual processo de mobilizações é “novo” e ainda está “em aberto”, não parecendo caminhar para a institucionalização ou “criar novas lideranças políticas, formação de partidos políticos”.
Ele acredita que as mobilizações atuais se encontram em um nível “muito superior ao que existiu antes de 2013”, explicando os desdobramentos que acarretaram, como as manifestações contra a Copa do Mundo de 2014, as ocupações das escolas, os protestos de rua contra a ex-presidente Dilma Rousseff e as mobilizações contra as reformas do governo Temer.
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