Redes sociais ajudam os jovens a se interessarem mais pela participação na política

De acordo com Hannah Maruci Aflalo, a campanha para incentivar o voto dos jovens feita pela internet ajudou a descomplicar temas da política institucional e a criar um sentimento de identificação entre os adolescentes

 11/05/2022 - Publicado há 2 anos
A campanha foi necessária para mudar o sentimento de desconexão que os jovens sentiam com a política institucional – Foto: Flickr/pixabay – Fotomontagem Jornal da USP

A recente campanha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para incentivar o voto dos jovens alcançou bons resultados e o Brasil ganhou 2 milhões de eleitores entre 16 e 18 anos este ano. A doutoranda do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Hannah Maruci Aflalo, conversa em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição sobre esse cenário.

Hannah enxerga que essa campanha foi necessária para mudar o sentimento de desconexão que os jovens sentiam com a política institucional. “Eles não entendiam que aquilo poderia ser uma coisa na qual eles poderiam ter influência”, constata. 

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A campanha utilizou as redes sociais como um canal para atrair esse público e o uso de imagens de figuras públicas e famosas foi uma estratégia de comunicação. Para a doutoranda, é extremamente válido adaptar a forma com que essas discussões são feitas: “Não é porque a gente tem [essas discussões] em formato diferente que elas não abordam com importância o tema de política. Uma pesquisa mostrou que não é que os jovens não se interessam por política, eles se interessam pelos temas e como são tratados no TikTok, no Instagram e de formas menos constitucionais”.

Os jovens se interessam por temas políticos tratados no TikTok, no Instagram e de formas menos constitucionais – Foto: Freepik

 

Sobre a possibilidade de se discutir os temas políticos de forma profunda nas redes sociais, Hannah admite que existe um limite, mas que a internet serve principalmente para chamar a atenção dos jovens em primeiro momento. “Não dá para se bastar nas redes sociais, mas pode-se começar ali para chegar nas pessoas que não estão [nas redes]”, afirma. 

Por fim, ela reflete sobre a comparação feita entre os jovens que participaram das manifestações de 2013 com os jovens de 2022, que se mobilizam, geralmente, pela internet: ”O jovem de 2013 é totalmente diferente do jovem de 2022, porque o de 2022 se tornou jovem ainda na pandemia e ir para as ruas não era uma opção. Então para ele, o on-line não é outra vida, o on-line é a vida. Ali ele está se formando e vendo as possibilidades de ação”. Ela opina que a conexão da internet com o físico será importante para as eleições deste ano.

A respeito do assunto envolvendo a participação de jovens no cenário político, o professor Antonio Euzébios Filho, em entrevista concedida ontem (10) ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, aborda o tema da disputa pelo voto das novas gerações em ano de eleição. Entre outros pontos, destaca que um dos tópicos mais apontados pelos jovens, especialmente por aqueles que buscam engajamento e participação política, é a esperança.


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