José Eli da Veiga alerta, de novo, para o que ele considera “assustador”: os perturbadores endócrinos, que alteram a eficácia dos hormônios e a produção endógena dos mesmos. Esses compostos químicos, segundo o colunista, podem ser encontrados em alimentos industrializados, cosméticos, produtos de higiene, plásticos, colchões, materiais de construção e praguicidas domésticos. “Tudo isso é vendido livremente, sem qualquer tipo de cuidado ou informação, ao contrário do que acontece com remédios e agrotóxicos, que necessitam de receita e prescrições”, adverte.
No Brasil, de acordo com Eli da Veiga, quase não se fala sobre o assunto. Desde 2009 a Sociedade Internacional de Endocrinologia vem advertindo sobre o tema e publicou, naquele ano, um documento com 50 páginas sobre todos os perigos enfrentados pelo uso desses produtos e cita a necessidade de mais atenção de parte das autoridades da saúde. Um dos aspectos mais assustadores, segundo o colunista, é em relação aos efeitos que os perturbadores podem causar no desenvolvimento cerebral de um feto, quando a mulher grávida estiver exposta a esse tipo de poluente. Eli da Veiga cita a publicação de um artigo no periódico Endocrine Connections, um trabalho de três pesquisadores de instituições francesas que se refere ao problema do desenvolvimento cerebral quando a tireoide é atingida por um perturbador endócrino. “É apresentada uma revisão atualizada de 433 trabalhos científicos sobre o assunto”, lembra o professor.
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