A clamídia é uma doença infecciosa que contamina a cada ano, no mundo, cerca de 131 mil pessoas. No Brasil, não existem dados epidemiológicos da doença, uma vez que sua notificação não é obrigatória, mas dados da Organização Mundial da Saúde apontam que os jovens são os mais atingidos por essa infecção sexualmente transmissível. A clamídia é uma bactéria gram negativa responsável por uma série de problemas, principalmente nos olhos e no trato genital. “Os estudos mostram que aproximadamente 75% das mulheres e 50% dos homens com a infecção não apresentam sintomas, não procuram assistência médica e não são tratados, mas transmitem a doença, que vai se disseminando a um número cada vez maior de pessoas”, conta Iara Linhares, ginecologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Por esse motivo, a busca de um atendimento médico é tão importante, porque quem tem o problema e não trata poderá desenvolver as complicações decorrentes da infecção. Vale destacar, contudo, que homens e mulheres têm sintomas diferentes. “A infecção, sem dúvida, é mais grave na mulher. No homem, a clamídia causa uretrite, inflamação da uretra. Geralmente se manifesta por dor ou desconforto ao urinar e presença de secreção no pênis. Na mulher, a doença afeta principalmente o colo uterino, além da uretra e de glândulas que vivem na vulva, nos genitais externos. No colo uterino, causa cervicite, que é inflamação do colo. Pode haver também uma secreção purulenta, além de dor e desconforto no baixo vente e nas relações sexuais. Pelo fato de o colo do útero não ser visível pela mulher é necessário um acompanhamento ginecológico.
Papanicolau
Nos Estados Unidos, mulheres até os 25 anos são testadas para clamídia sempre que fazem o exame de papanicolau. A falta de tratamento pode afetar a fertilidade feminina e masculina, podendo levar à esterilidade, e os bebês podem nascer com conjuntivite e pneumonia. O tratamento é simples, mas é preciso que todos os envolvidos o façam. A clamídia tem cura, desde que seja rapidamente diagnosticada e tratada. No entanto, por ser uma doença silenciosa, muitas vezes as mulheres só descobrem que tiveram a infecção quando apresentam dificuldade para engravidar.
“Por agirem de forma mais impulsiva os jovens são os mais atingidos pelas doenças sexualmente transmissíveis, porque agem de forma mais impulsiva, mais emocional se comparado a população mais madura. Esse comportamento acaba resultando em sexo sem proteção muitas vezes” destaca Carmita Abdo, psiquiatra e professora da Faculdade de Medicina da USP e coordenadora do Prosex – Projeto Sexualidade do Instituto de Psiquiatria da USP. Ela destaca que “a educação sobre infecções sexualmente transmissíveis e outros aspectos da sexualidade merece campanhas mais frequentes, mais amplas, envolvendo não só aspectos negativos, mas também outros que possam interessar a essa população ”.
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