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Para o professor Glauco Arbix, a reeleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos terá consequências a serem sentidas no mundo todo, sobretudo na parte que se refere ao combate global contra as mudanças do clima, “num momento em que o aquecimento global atingiu um ponto praticamente irreversível, que afeta a todos, mas de modo mais contundente países em desenvolvimento como o Brasil, que carece de infraestrutura e de recursos para resistir às alterações da agricultura, dos oceanos e se proteger contra as tragédias climáticas. O presidente eleito já pensa inclusive em retirar os Estados Unidos da Convenção da ONU sobre mudanças do clima, lá dos anos 1990, e eliminar regras de proteção ambiental, um resultado anunciado e esperado que prenuncia um retrocesso na transição energética no mundo todo. Vários Estados americanos, assim como várias dezenas de países ao redor do mundo, já pensam agora em se proteger também contra as medidas já anunciadas por Trump”, diz o colunista.

Arbix considera fundamental que o Brasil, que se prepara para a COP 30, em Belém, redobre e multiplique seus esforços para assumir a dianteira na luta contra o aquecimento global e diminuir os impactos “dessa que é a principal ameaça que atormenta hoje o planeta. Espalhados por todo o País existe pesquisa avançada e experimentos voltados para buscar energias sustentáveis, mas é na USP, na Universidade de São Paulo, que se encontra o polo mais avançado de pesquisa sobre economia verde, que tem no hidrogênio sustentável o combustível do futuro. A USP acaba de inaugurar a primeira fábrica do mundo para produzir hidrogênio sustentável a partir do etanol”, conta ele, que, em seguida, dá detalhes do projeto: “O grupo de pesquisa dirigido pelo professor Julio Meneghini, da Escola Politécnica da USP, é a base dessa iniciativa única no mundo, a fábrica da USP vai produzir inicialmente 100 kg de hidrogênio por dia, para abastecer três ônibus urbanos que circulam pelo campus. É uma planta piloto que usa tecnologia baseada no etanol”.  Segundo Arbix, com a fábrica a USP aumenta seu potencial e seus músculos de pesquisa como ponto avançado da busca de novas fontes de energia, o que pode colocar o Brasil na vanguarda mundial por novas fontes limpas de energia capazes de gerar emprego, renda e ajudar a combater as mudanças do clima.

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