O Momento USP Inovação desta semana conheceu o Centro de Pesquisas sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) do Instituto de Biociências (IB) da USP. O projeto surgiu em 2000 e é um dos 17 Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A professora Mayana Zatz, coordenadora do CEGH-CEL, contou um pouco sobre o que esse centro se propõe a estudar.
Segundo Mayana, o objetivo do CEGH-CEL é entender as causas das doenças genéticas e isso já vem trazendo resultados positivos através da melhora no diagnóstico de enfermidades. Dessa forma, torna-se possível o tratamento precoce, que impedirá que o quadro da doença evolua, além do fato de possibilitar o desenvolvimento de novos procedimentos de maior eficácia.
A professora afirma que as células-tronco têm grande importância para o estudo de doenças genéticas. Isso porque, a partir do sangue de um indivíduo, é possível reprogramar essas células e diferenciá-las de qualquer tecido do corpo humano. Mayana exemplifica com um caso em que uma pessoa possuía uma doença que tinha como principal consequência a morte de neurônios. Com a coleta de sangue do doente, os neurônios serão produzidos pelos pesquisadores em um laboratório para que possam analisá-los e desenvolver alternativas de reversão do quadro do paciente.
As principais linhas de pesquisa desenvolvidas no CEGH-CEL são sobre neuromusculares, autismo, malformações congênitas, surdez, obesidade mórbida e déficit cognitivo. Essas áreas de estudos são coordenadas por diferentes grupos.
Um projeto em destaque desenvolvido no centro foi sobre o vírus zika. Esse vírus, que causou terror no Brasil há cerca de dois anos por causar microcefalia em bebês de mães infectadas durante a gestação, pode ser benéfico. O zika consegue destruir tumores cerebrais. Essa constatação se deu após um experimento realizado em camundongos. Os tumores foram inseridos nos animais e após isso foi a vez do vírus. Em um terço dos casos, os tumores desapareceram. Mayana comemora o resultado do estudo, mas lembra que os animais utilizados nas pesquisas precisam ser acompanhados por anos para que se possa notar seus possíveis efeitos colaterais.
Jornal da USP no Ar, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93,7, em Ribeirão Preto FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular. Você pode ouvir a entrevista completa no player acima.