Ante a hostilidade de muitos grandes meios de comunicação, o presidente norte-americano Donald Trump divulgou sua mensagem política através de meios conservadores e das redes sociais, que seus seguidores converteram em uma plataforma de informação alternativa.
O formato do Twitter permitiu que Trump desenvolvesse seu discurso sem contradições e de uma maneira mais atrativa, direta e contundente.
Barack Obama foi o primeiro presidente americano da era das redes sociais, mas para ele estas eram algo adicional. Já Trump as converteu em seu principal meio de comunicação.
Além da conta de Twitter de Trump, alguns seguidores usaram as redes sociais para publicar informações que escapavam de qualquer controle de veracidade.
Segundo Gabriel Kahn, professor da Escola de Jornalismo da Universidade da Carolina do Sul, “desse modo, começaram a circular contradições e mentiras”, que se instalaram “no ecossistema midiático”.
Muitos dos apoiadores de Trump usaram o Twitter, Facebook e outras redes sociais como única fonte de informação, sem consultar os meios de comunicação tradicionais. As mensagens na internet, muitas vezes, não eram precisas, ou reuniam informações falsas, segundo os observadores.
Hoje ficou difícil viver sem redes sociais. Alguns ainda resistem e não possuem conta no Facebook.
As razões são diversas: alguns dizem não querer perder sua privacidade; outros buscam se justificar dizendo que a exposição leva a uma vulnerabilidade e focam no problema da segurança.
No fundo, todos os usuários estão suscetíveis a esses problemas. O grau de exposição vai depender muito da utilização de cada um.
O assunto é polêmico, complexo e infinito. E, para falar sobre ele, o Diálogos na USP recebeu o professor Luli Radfahrer, livre-docente de Comunicação Digital da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Radfahrer, que trabalha com Internet desde 1994, estuda os impactos das redes sociais e cidades inteligentes no comportamento contemporâneo.
O programa Diálogos na USP é produzido por Sandra Capomaccio, apresentado por Marcello Rollemberg e tem trabalhos técnicos de Márcio Ortiz.