Projeto da USP em Piracicaba treina entidades filantrópicas para manipulação correta de alimentos

Desenvolvido no âmbito do Programa USP Municípios, treinamentos incluíram temas como contaminantes alimentares, doenças transmitidas por alimentos, manipulação higiênica dos alimentos e boas práticas

 01/04/2022 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 13/05/2022 as 11:52
Weslley de Alcântara Carlos, bolsista do projeto, na entrega de kit em uma das entidades – Foto: Divulgação/Esalq

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Um projeto coordenado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP quer contribuir para a adoção de boas práticas por manipuladores de alimentos que atuam nas entidades filantrópicas de Piracicaba. Desenvolvido no âmbito do Programa USP Municípios, o projeto contribuiu inicialmente com nove entidades da cidade, em duas grandes frentes: diagnóstico das condições higiênico-sanitárias na manipulação de alimentos, por meio da aplicação de um checklist durante visitas realizadas nas entidades e treinamento de boas práticas na manipulação de alimentos, abordando o conteúdo estabelecido como essencial pela Vigilância Sanitária.

A iniciativa foi aprovada no Edital 2020 do Programa Santander de Políticas Públicas com o objetivo de solucionar problemas voltados para a melhoria de políticas públicas nos municípios do Estado de São Paulo. Ela teve a coordenação da professora Daniele Maffei, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN) da Esalq, que, devido às medidas de restrição em decorrência da pandemia da covid-19, planejou as visitas de forma remota por meio de vídeo chamadas.

“Para avaliação das condições higiênico-sanitárias foi elaborado um checklist baseado nas legislações vigentes no Brasil aplicáveis a estabelecimentos que prestam serviços de alimentação. Com isso, foi possível constatar as principais conformidades e não conformidades nas entidades, os fatores limitantes e suas principais necessidades no que se refere às medidas de controle para garantir a produção de alimentos seguros”, explica a professora. Ela também destaca que foi oferecido às entidades a possibilidade de realizar análise bacteriológica da água utilizada para produção das refeições, procedimento que foi realizado no Laboratório de Microbiologia de Alimentos da Esalq.

Para realização do treinamento remoto, com base nas legislações vigentes e reforçando aspectos observados na primeira etapa do projeto, foram gravados vídeos abordando temas importantes e fundamentais em boas práticas. “Trabalhamos com temas como contaminantes alimentares, doenças transmitidas por alimentos, manipulação higiênica dos alimentos e boas práticas”, ressalta Daniele.

Kit de apoio

Como parte do treinamento, foi entregue a cada entidade um kit contendo materiais de apoio para colocar em prática as orientações recebidas, incluindo a capacitação de outros colaboradores que possam vir a atuar no preparo das refeições. Entre os materiais estão uma planilha com a relação de todos os documentos necessários aos estabelecimentos que prestam serviços de alimentação, planilhas de monitoramento das boas práticas, relatório de visita com um retorno das melhorias propostas para a entidade, cartazes educativos, etiquetas plastificadas (reutilizáveis) e pincel marcador para identificação de produtos retirados das embalagens originais, termômetro digital para controle da temperatura dos alimentos, cartilha de boas práticas e pen drive contendo os vídeos do treinamento e versão digital dos materiais entregues impressos.

Segundo a pesquisadora, apesar das limitações em decorrência da pandemia, foi possível cumprir os objetivos do projeto e contribuir com políticas públicas municipais no que se refere à capacitação técnica para gestão da produção e distribuição segura de alimentos. “Esperamos que o trabalho desenvolvido e os materiais entregues auxiliem as entidades na implementação e manutenção das boas práticas, a fim de garantir a qualidade higiênico-sanitária durante o preparo das refeições e, consequentemente, a segurança alimentar dos indivíduos atendidos.”

O projeto Capacitação em boas práticas para manipuladores de alimentos de entidades filantrópicas no município de Piracicaba teve colaboração das professoras Aline Cesar e Marina Vieira, também da Esalq, da doutoranda Jéssica Finger, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, além de bolsistas de graduação. O projeto contou ainda com o apoio do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Comsea) de Piracicaba.

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Texto adaptado de Caio Albuquerque, Assessoria da Esalq

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