O mercado de inovações na área de Tecnologia da Saúde cresceu durante a pandemia. O uso de novas infraestruturas de atendimento médico permitiram um tratamento mais eficiente e de qualidade durante esse período. Essas healthtechs ganham espaço no mercado pelas propostas de inovação que apresentam soluções não só para a crise da covid-19 como para a medicina como um todo.
“Ao longo da pandemia o processo de telemedicina se desenvolveu bastante […], especialmente para atendimento a distância para as UTIs”, contou ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição a professora Maria José Carmona, membro do comitê executivo do InovaHC e presidente do Centro de Inovação Tecnológica do Instituto Central do Hospital das Clínicas (ICHC) da Faculdade de Medicina da USP. De acordo com ela, por mais que a solução mais esperada para o enfrentamento da covid-19 fosse a vacina, a pandemia criou um cenário propício à inovação: “Com certeza não sairemos dessa pandemia da mesma forma que entramos”, diz ela.
Dentre as empresas que buscam empreender no ramo da tecnologia da saúde, o InovaHC foi criado como o núcleo de inovação tecnológica, ganhando relevância durante a pandemia, com oportunidade de busca de soluções para vários problemas existentes dentro desse contexto. Entre os projetos do InovaHC, Maria José destaca o In.cube, projeto em parceria do InovaHC com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, que busca incentivar e oferecer mentoria a projetos de inovação nos mais diversos estágios para o desenvolvimento.
A especialista ressalta a importância da pesquisa no desenvolvimento tecnológico na área da saúde, colocando que, por mais que seja um processo que demande investimento, seus resultados, além de cobrir o investimento inicial, ainda geram, por consequência, uma série de benefícios para a indústria sanitária. Dentre eles, estariam o acesso a novas tecnologias e a geração de empregos, e complementa: “Temos exemplos de alguns países onde o sistema de saúde não dá prejuízo, mas lucro, através dos royalties gerados pelo complexo econômico industrial da saúde”.
Ela destaca como a inovação no ramo é importante, pois, por mais que certos equipamentos médicos possam parecer simples, eles possuem um grau de complexidade que requer muita tecnologia na sua execução. Ela exemplifica citando o uso dessas tecnologias na própria sala de cirurgia, onde podem ser aplicadas para o emprego do acompanhamento a distância do paciente, no material que compõe os instrumentos cirúrgicos, no sistema de controle de qualidade dessas ferramentas etc. “Há muitas oportunidades de inovação no Brasil e ele pode aproveitar essas oportunidades”, conclui Maria José.
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