Na coluna Reflexão Econômica desta semana o professor Luciano Nakabashi fala sobre a melhora na trajetória da dívida do governo. Para o professor alguns elementos são fundamentais para entender essa questão. Um é o teto dos gastos do governo, que foi mantido depois de muita pressão. Somente alguns gastos com a pandemia foram mantidos por serem excepcionais. “Isso foi muito importante na dinâmica dívida/PIB”, avalia.
Outro ponto, segundo o professor, foi a recuperação da economia, que teve queda de 4,1%, índice menor do que se esperava. E, ainda, a inflação maior do que se esperava. “Então um crescimento maior do PIB, a manutenção do teto de gastos e uma maior inflação, com juros negativos ou próximo de zero nos últimos 12 meses, contribuíram para essa melhora”, afirma Nakabashi.
Nakabashi relaciona a dinâmica dívida/PIB com as finanças de uma pessoa, que quando começa a ter uma dívida muito grande em relação à sua renda, enfrenta dificuldades para tomar empréstimos, pois as instituições começam a ter receio em relação à capacidade de pagamento. “Isso é muito parecido com um País, pois apesar de o governo ter a possiblidade de aumentar impostos para arrecadar mais, a carga tributária no Brasil já é muito grande e existe uma enorme resistência para isso. O governo também pode emitir moeda, mas hoje a inflação é um problema e precisamos até reduzir a emissão de moeda para conter o aumento de preços.”
O professor ensina que se e a dívida começa a aumentar em relação ao PIB, o que estava acontecendo, isso explica muito o desempenho fraco da economia brasileira. “Esse cenário começou a melhorar com algumas medidas ainda do presidente Michel Temer e outras do início do governo Bolsonaro. Essa, a relação dívida/PIB, é uma variável fundamental para dar mais estabilidade macroeconômica ao País”, conclui.
Reflexão Econômica
A coluna Reflexão Econômica, com o professor Luciano Nakabashi, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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