A mensagem da série “Dark” é a perda da inocência, diz colunista

Guilherme Wisnik analisa a série “Dark”, reconhecida como uma das melhores da Netflix, e as mensagens por ela carregadas

 06/08/2020 - Publicado há 4 anos

 

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A terceira e última temporada de Dark se encerrou em junho de 2020. A série alemã, considerada uma das melhores produções do Netflix, se passa em três momentos diferentes da história, com intervalos de 33 anos, isso porque existe uma máquina que permite viagem no tempo. O professor Guilherme Wisnik analisa o seriado em sua coluna Espaço em Obra.

Em Dark, a viagem no tempo é utilizada para reparar perdas do passado. Mas, durante a trama, se descobre que a ação de voltar no tempo é exatamente aquilo que causará tal dor, isso porque o tempo não é uma linha cronológica causal, o futuro interfere no passado e vice-versa, “o que inaugura uma estrutura neurótica na narrativa, em uma espécie de eterno retorno que traz tragédias para as famílias envolvidas”, conta Wisnik.

A mensagem da produção — de acordo com Wisnik — trata da perda da inocência. “Você começa achando que quer o bem do outro, mas acaba nesse movimento percebendo que as ações, na verdade, são mesquinhas. A pergunta é: onde ficou o amor em tudo isso. A série indica que aquilo que destrói relações não é uma ação deliberada, mas sim os não ditos, as coisas não esclarecidas, no caso, o  futuro interferindo no passado.

Ouça a íntegra no player acima.


Espaço em Obra
A coluna Espaço em Obra, com o professor Guilherme Wisnik, vai ao ar  quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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