No início dos anos 2000, o cantor, compositor e pianista carioca Johnny Alf (1929-2010) fez uma série de espetáculos que foram gravados ao vivo em vídeo e ficaram arquivados. Agora, no ano em que o autor de Céu e Mar faria 90 anos, a gravadora Kuarup recuperou essas gravações e com elas produziu dois álbuns inéditos, intitulados O Autor e O Intérprete, que já estão disponíveis nas plataformas digitais.
Em O Autor são apresentadas músicas de autoria de Johnny Alf, como Rapaz de Bem, de 1953, considerada precursora da bossa nova, e em O Intérprete ouvem-se, na voz de Johnny Alf, canções criadas por diferentes compositores, como Vinicius de Moraes, Tom Jobim e Dolores Duran.
No dia 4 de setembro passado, o produtor Nelson Valencia, que atuou como empresário de Johnny Alf durante 20 anos, foi entrevistado no programa Via Sampa, da Rádio USP (93,7 MHz), para falar sobre esses lançamentos.
Ouça no link acima a íntegra da entrevista.
Valencia destacou que, embora se recusasse a ser visto como precursor da bossa nova, Johnny Alf exerceu forte influência sobre os músicos que viriam a consagrar o novo ritmo, no final dos anos 50. “Johnny Alf se apresentava na boate Plaza, no Rio de Janeiro, e entre as pessoas que iam lá beber dessa fonte estavam João Gilberto, Sylvia Telles, Menescal, todos esses talentos que vieram a se tornar, como ele, gigantes na música”, disse Valencia, lembrando que o disco que consagrou oficialmente a bossa nova foi lançado por Elizeth Cardoso em 1959, seis anos depois de Rapaz de Bem.