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Por horas seguidas, pessoas que amam tecnologia e design, e criativos de várias áreas se reúnem para solucionar um problema e apresentá-lo a um time de jurados. Assim é um hackathon, como são conhecidas as maratonas de programação que começaram nos Estados Unidos e se popularizaram por todo o mundo. Os participantes trabalham em equipe e desenvolvem inovações que podem resultar em um novo serviço ou uma startup (empresa em fase inicial), por exemplo.
Grandes empresas como Facebook e Google organizam essas competições como forma de impulsionar novas ideias, mas não é só o ambiente empresarial que se beneficia dos hackathons: nas universidades, como a USP, os eventos atraem alunos que, além de melhorar suas habilidades técnicas e interpessoais, também ajudam a pensar em soluções de interesse de toda a sociedade.
Em agosto, estudantes de diversos cursos da USP estarão no InterHack, que ocorrerá, simultaneamente, em São Paulo – no campus do Butantã e na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) – e em São Carlos. A primeira etapa traz como desafio melhorar a gestão universitária por meio da tecnologia.
Segundo João Francisco, estudante do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, em São Paulo, e presidente do USPCodeLab – grupo de extensão que organiza o InterHack – os hackathons geram grande engajamento e muitos dos que participam estão apenas começando a conhecer o mundo da programação.
O InterHack é apenas um dos eventos que a chamada Liga Uspiana de Hackathons (LUH) está preparando. No segundo semestre, serão realizadas várias outras maratonas, inclusive abertas ao público externo. Segundo Renato Cordeiro, cofundador do USPCodeLab e pós-graduando em Ciência da Computação pelo IME, as iniciativas trazem tópicos interessantes do mundo da tecnologia para serem discutidos na sociedade.
Próximas maratonas
Em setembro haverá o HackSBSeg, evento que integra o Simpósio Brasileiro de Segurança da Informação, organizado pela USP. O tema será blockchain (rede de blocos encadeados que torna a transmissão de informação mais segura, ao criptografar os dados a cada transferência entre blocos), tema em alta principalmente para a economia.
Outra importante maratona será o SheHacks, um hackathon só para mulheres. A iniciativa quer estimular a presença feminina nesse tipo de evento, ajudando a superar a grande desproporção de gênero na área de computação. Em relação ao ano passado, o SheHacks terá como novidade a organização feita exclusivamente por mulheres.
Para além das maratonas, será realizado ainda o evento sobre ciência de dados DeepHack, em parceria com a Agência USP de Inovação (Auspin). “A ideia é criar uma competição baseada em dados do Tribunal de Contas do Estado para descobrir quais municípios estão cumprindo as metas de sustentabilidade da ONU de 2030. Então será uma competição bem diferente, a maior parte dela remota, para que as pessoas possam analisar esses dados e trazer propostas de como identificar e avaliar uma certa meta”, explica Renato.
“Estamos partindo do princípio que nos acompanha desde quando organizamos o HackathonUSP (nosso principal e maior hackathon), que é criar eventos acessíveis para a comunidade universitária e tentar transportar isso para vários eventos, alguns deles abertos, alguns deles maiores, como o caso do InterHack. E se tudo der certo, no futuro, queremos que a Liga Uspiana de Hackathon vire Liga Universitária de Hackathons. Queremos que, mesmo no InterHack, outras universidades, alunos de outros lugares também façam parte dos nossos eventos”, afirma o estudante.
Adaptado de Gabrielly Borges e Mariana Arrudas, da Agência USP de Inovação