Idosos são um quarto da população e parte valiosa para a sociedade

O mundo moderno dá atenção especial à inovação, porém as pessoas vivem cada vez mais e precisam de atenção

 03/05/2019 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 06/05/2019 as 9:41
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jorusp

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Idosos – Foto: Visual Hunt

O Fórum de Comunicação e Consumo para o Mercado Grisalho debaterá os desafios da comunicação e do consumo para esse mercado, através de pesquisas acadêmicas, de mercado e casos práticos de empresas. O evento tem como principais objetivos entender os tipos de segmentação existentes, discutir a consolidação do mercado grisalho e ressignificar a comunicação com esta importantíssima e crescente parcela da população brasileira. E vem se somar aos três primeiros eventos da série: Fórum de Moradia para a Longevidade, Fórum de Talentos Grisalhos e a Longev Week.

“Hoje são 50 milhões de idosos no País, ou seja, um quarto da população brasileira”, aponta o engenheiro Edgar Werblowsky, formado na Escola Politécnica, ao Jornal da USP no Ar. O psicólogo Pedro de Santi, mestre em Filosofia pela USP e doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, afirma que há todo um paradigma comunicacional envolvido. “As pessoas vivem cada vez mais, porém a sociedade preza, sobretudo, a inovação. O brilho do novo. E, nesse movimento, o reconhecimento da tradição perde seu valor”, analisa.

De Santi aponta que, com o advento da modernidade, em 1500, 1600, a aura da tradição da família deixou de ser o sustento da sociedade. No seu lugar, entra a novidade, proveniente de um rotineiro embate de ideias, em busca de rumo, já que o ângulo da tradição deixou de ser guia. Esse fenômeno é perceptível mesmo no mercado de trabalho, no qual a população grisalha é substituída paulatinamente. Então, fica o enigma de adequar a linguagem contemporânea a esse nicho. “Os idosos querem se sentir valorizados, até porque têm experiência, uma trajetória que já foi. A experiência oferecida a eles tem de ser integral, holística”, argumenta Werblowsky.

O psicólogo atenta que o consumo é um dos elementos constituintes do ser, da identidade. Então, encaixar produtos nas demandas desse segmento não só é lucrativo para o mercado, como também os “tornam elegíveis como donos de certo valor social. Cria um novo engajamento para essas pessoas”, afirma. A área de interesse é tamanha, que move pesquisas até na Escola Superior de Propaganda e Marketing, a exemplo da análise da professora Gisela de Castro a respeito de idosos na publicidade.

A série de eventos discutirá novas tecnologias móveis, monitoramento de saúde, comunicação com o setor grisalho, os boomers como geração esquecida, segmentação dessa parcela, sua presença no segmento digital, idosos empreendedores e na propaganda, chegando aos influenciadores digitais. Afinal, estão em todas as partes da sociedade, já que são 50 milhões de pessoas. Para mais informações acesse o site do evento.


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