Reitor recebe Medalha Institucional do Centenário da Faculdade de Medicina

A condecoração foi criada para homenagear pessoas que contribuíram, de forma excepcional e decisiva, para a valorização institucional, cultural, social e acadêmica da Faculdade.

 07/03/2012 - Publicado há 12 anos
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Como parte das comemorações dos 100 anos de criação da Faculdade de Medicina (FM), o reitor João Grandino Rodas recebeu, no dia 2 de março, a Medalha Institucional do Centenário. A cerimônia aconteceu na Sala da Congregação e foi prestigiada com a presença de diversos dirigentes da Universidade, além de alunos, professores e funcionários.

A Medalha Institucional do Centenário foi criada para homenagear pessoas que contribuíram, de forma excepcional e decisiva, para a valorização institucional, cultural, social e acadêmica da Faculdade. Os homenageados são indicados pelos Conselhos dos Departamentos ou diretamente por docentes, alunos e funcionários da Unidade.

O vice-diretor em exercício da Faculade de Medicina, Jose Otávio Costa Auler Junior (à esquerda), entrega o diploma que contém a justificativa da concessão da medalha institucional do centenário ao reitor João Grandino Rodas (à direita). Ao longo deste ano, 100 medalhas serão distribuídas para homenagear pessoas que contribuíram para a valorização da Faculdade

Ao todo, 100 medalhas serão distribuídas ao longo deste ano e, desde o início das comemorações, oito personalidades já receberam a homenagem, entre elas, a presidente da República, Dilma Rousseff; o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; o prefeito Gilberto Kassab; o professor emérito da Faculdade, Vicente Amato Neto, e a médica Aida Bortolai Libonati, formada pela Unidade em 1940.

Durante a cerimônia de entrega, o vice-diretor em exercício da FM, Jose Otávio Costa Auler Junior, destacou que a homenagem representa o agradecimento a um grande incentivador da Unidade. “Desde o início de sua gestão, o reitor tem valorizado a Faculdade de Medicina, auxiliando na continuidade de seus projetos, convidando membros de seu corpo docente para atuar junto à Administração Central da Universidade e prestigiado os eventos aqui realizados”, ressaltou.

Para a secretária de Estado da Secretaria da Pessoa com Deficiência, Linarama Rizzo Battistella, que também é docente da Faculdade e preside a Comissão Especial do Centenário, “é sorte que a comemoração do centenário aconteça durante a vigência do reitor João Grandino Rodas, homem de coragem que tem contrariado interesses particulares, muitas vezes contrários aos princípios da democracia, para criar as bases de uma nova Universidade”.

O reitor fez questão de lembrar que a homenagem não é direcionada somente a ele, mas se estende a todos aqueles que compõem a atual gestão. “A Faculdade de Medicina engrandece a USP. Enquanto a Universidade ocupa a 178ª posição, a Medicina está entre as 100 melhores e é a Unidade mais bem classificada nos rankings internacionais. A Medicina sabe que a Universidade tem limitações e se empenha em encontrar soluções e alternativas para superar os entraves e se desenvolver. Muitas Unidades da USP deveriam se espelhar nela para melhorar suas próprias posições”, afirmou.

Modernização

Após a cerimônia de entrega da medalha, também como parte das comemorações do centenário, foram inaugurados o Acervo de Laudos e a Blocoteca, do Departamento de Patologia, formando o maior e mais antigo acervo de patologia do Brasil. O espaço reúne 160 mil laudos e 200 mil blocos de parafina, contendo amostras de tecidos retiradas de cadáveres que passaram por autópsia no Serviço de Verificação de Óbito da Capital (SVOC), desde 1924. O material foi higienizado, digitalizado e catalogado de acordo com o diagnóstico, constituindo uma valiosa fonte de dados históricos e epidemiológicos que permite aos pesquisadores traçarem séries históricas e aplicarem técnicas histológicas modernas, como a imunohistoquímica e a extração de DNA.

Outro projeto do Departamento é o da Autópsia Digital, um novo método que começará a ser testado nos próximos meses e que possibilitará a realização de exames por imagem e biópsias para determinar a causa da morte de uma maneira menos invasiva. Já estão em funcionamento os aparelhos de tomografia computadorizada e o ultrassom. Um novo equipamento de ressonância magnética, o mais potente da América Latina, deve chegar em breve e tornará possível a realização de imagens de alta resolução em cadáveres.

Esse projeto segue uma tendência mundial de buscar novas técnicas para autópsia e irá aprimorar o ensino, para alunos de graduação e residentes, e colaborar com o desenvolvimento de pesquisas na área.

Centro de Ensino por Simulação em Saúde

A última solenidade do dia foi o lançamento da pedra fundamental do prédio que abrigará o Centro de Ensino por Simulação em Saúde e o Centro de Pesquisa em Doenças Tropicais Negligenciadas, este último ligado ao Instituto de Medicina Tropical (IMT). Com a inauguração prevista para 2014, o prédio terá cerca de dois mil metros quadrados.

Com a inauguração prevista para 2014, o prédio de 2.000 m2 abrigará o Centro de Ensino por Simulação em Saúde, da Faculdade de Medicina, e o Centro de Pesquisa em Doenças Tropicais Negligenciadas, do Instituto de Medicina Tropical (IMT)

Voltado para o ensino, pesquisa e extensão, o futuro Centro de Ensino por Simulação em Saúde terá equipamentos para que o aluno adquira experiência prática simulando os procedimentos clínicos e cirúrgicos em equipamentos e modelos, antes de entrar em contato com o paciente.

O diretor do IMT, Paulo Cesar Cotrim, ressaltou o caráter interdisciplinar do futuro Centro de Pesquisa em Doenças Tropicais Negligenciadas e lembrou que “essas doenças são tão negligenciadas que dificilmente conseguem obter recursos para o desenvolvimento de pesquisas. Daí a importância da iniciativa da Reitoria em financiar o Centro”.

“Nós temos a necessidade cada vez maior de realizar estudos no âmbito da medicina tropical, justamente porque, se não o fizermos aqui, ninguém o fará. Nesse novo espaço, o IMT terá condições de desenvolver pesquisas sobre doenças negligenciadas, não só para o benefício da população brasileira, mas também para outros países. Com o aumento do fluxo de pessoas viajando pelo mundo, é natural o aumento de casos de doenças tropicais em pacientes estrangeiros e nós somos os responsáveis em fornecer o conhecimento para que médicos de outros países tratem desses pacientes”, concluiu o reitor.

A construção do novo prédio é uma das muitas obras que estão sendo executadas em razão do projeto do Centenário da Faculdade. Ao todo, serão investidos R$ 160 milhões em obras e projetos de modernização, recursos estes oriundos da própria Faculdade, da Reitoria, da Secretaria de Estado da Saúde, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e de doações ao Fundo de Apoio ao Centenário.

No final de fevereiro, foi inaugurado o Bloco Didático do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional (Fofito), dedicado ao ensino dos cursos de graduação oferecidos pelo Departamento, com 1.400 metros quadrados e localizado na Cidade Universitária.

Centenário

Criada em 19 de dezembro de 1912, por meio de um acordo entre o governo do Estado de São Paulo e a Fundação Rockefeller, uma instituição filantrópica americana, a Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo foi a primeira a adotar, no Brasil, o modelo americano de ensino, associando as escolas médicas aos hospitais universitários, facilitando a realização das atividades práticas, de pesquisa e de assistência médica.

Em 1934, a Faculdade foi integrada à recém-criada Universidade de São Paulo e passou a ser designada apenas como Faculdade de Medicina. Dez anos depois, em 1944, foi inaugurado o Hospital das Clínicas, primeiro hospital-escola do país.

Ao longo de sua história, consolidou-se como a mais conceituada Faculdade de Medicina do Brasil e tem sido pioneira no desenvolvimento e na implantação de novas técnicas que representaram o avanço científico na área médica. Foi a responsável, por exemplo, pelo primeiro transplante de rim realizado na América Latina (1965), pelo nascimento do primeiro bebê de proveta em hospital público do Brasil (1991), e pela realização de transplante cardíaco no mais jovem paciente brasileiro, um bebê de apenas vinte dias (1995).

O reconhecimento internacional também não é novidade. Ainda na década de 1950, a Faculdade obteve o padrão “A”, da Associação Médica Americana, que confere aos médicos formados pela Instituição o mesmo reconhecimento daqueles oriundos das melhores escolas médicas do mundo. Recentemente, a Faculdade também passou a integrar o M8 Alliance, uma rede global de instituições acadêmicas de excelência em ensino e pesquisa que desenvolve soluções baseadas na ciência para a melhoria da qualidade de vida no mundo.

(Foto: Ernani Coimbra)


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