USP lidera projeto sobre indicadores de desempenho das universidades

Estudo envolve as três universidades públicas paulistas e vai utilizar rankings internacionais como parâmetro

 07/05/2018 - Publicado há 6 anos
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Projeto de pesquisa em políticas públicas quer ajudar universidades paulistas a definir seus indicadores de desempenho – Arte: Jornal da USP

Avaliar o desempenho de uma universidade depende da definição de uma série de critérios e métricas. Reputação acadêmica, impacto na pesquisa e internacionalização são alguns deles, bastante utilizados nos rankings mais conhecidos mundialmente. Mas para a própria universidade entender sua atuação e poder aprimorá-la, o que é importante medir?

Desde o ano passado, um grupo de pesquisadores vêm estudando indicadores de desempenho com a ideia de ajudar as três universidades públicas paulistas – além da USP, a Unesp e a Unicamp – a se estruturar internamente e poder monitorar melhor seus resultados. O projeto é coordenado pelo professor Jacques Marcovitch, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP e ex-reitor da Universidade.

O professor da USP, Jacques Marcovitch, pesquisador líder do projeto – Foto: Sandra Codo

“Estamos investigando como construir indicadores que dialoguem com as comparações internacionais. Queremos dar elementos para as universidades criarem o que chamamos de ‘unidades de inteligência’”, afirma. Para isso, explica o professor, é necessário haver mobilidade dos dados, ou seja, as informações que alimentam as avaliações devem estar disponíveis em plataformas que dialoguem com outras, e não em um arquivo fechado, caso dos anuários estatísticos.

A empreitada é financiada pela Fapesp e conta com a parceria do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo.

Indicadores em cheque

Um dos aspectos observados no estudo é que a elaboração dos rankings é orientada por interesses. Segundo Marcovitch, algumas das instituições que criam as classificações vendem serviços de consultoria para que as universidades melhorem sua posição, por exemplo. “Então precisamos entender as lógicas envolvidas. Universidades inglesas são bem colocadas porque são boas, claro, mas também porque os indicadores adotados para medir seu desempenho as favorecem”, diz.

Ainda que haja críticas, os critérios adotados por instituições como Times Higher Education, QS World University Rankings, Academic Ranking of World Universities não serão ignorados – pelo contrário, serão utilizados como referência, já que a pesquisa vai observar quais os elementos comuns a essas listas para propor o diálogo entre as avaliações nacionais e as internacionais.

Algumas métricas, diz Marcovitch, são incontornáveis, caso do número de citações. “Por outro lado, como um País em desenvolvimento, é importante avaliar o desempenho das universidades na redução da exclusão social, por exemplo”.

O professor explica que, a partir das análises derivadas do estudo, as universidades têm autonomia para desenvolver suas próprias iniciativas. No caso da USP, foi criado um Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho.

O anúncio do escritório foi feito em março deste ano, quando foi realizado na USP um workshop com os pesquisadores associados ao projeto. O conteúdo dos debates estarão reunidos em um livro com lançamento previsto para agosto, quando haverá o próximo evento da equipe.

Leia o Jornal da USP Especial sobre rankings universitários

 


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