Conservação de direitos dos idosos sofre risco no Brasil

Docentes destacam que situação de crise pode provocar perda de direitos anteriormente adquiridos

 01/09/2017 - Publicado há 7 anos

Parte 1

Parte 2

Diálogos na USP desta semana fala sobre os direitos dos cidadãos idosos no Brasil – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

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O programa
Diálogos na USP desta semana convidou as professoras Marília Cristina Prado Louvison e Bibiana Graeff, ambas da USP, para falar sobre os direitos dos cidadãos idosos no Brasil.

Com a queda na taxa de natalidade e o aumento no número de idosos no Brasil, uma legislação direcionada a essa faixa etária foi elaborada, em 2003, para dar garantias e direitos à população brasileira. 

Entre as regras a serem seguidas e respeitadas, estão a de que todo o cidadão brasileiro, a partir dos 60 anos, goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata essa lei. Assegurando-se, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades para preservação de sua saúde física e mental, bem como ao seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.

Convidados do Diálogos na USP: as professoras Marília Cristina Prado Louvison e Bibiana Graeff, ambas da USP – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

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Docente da Faculdade de Saúde Pública, Marília destaca que “estamos vivendo um momento muito difícil no nosso país”, com perdas frequentes de direitos anteriormente assegurados pela Constituição. Com o idoso, a situação “fica mais grave”, principalmente em um país onde a expectativa de vida é maior que no passado. Ela aponta como “um desafio enorme” a condução de políticas públicas que garantam “direitos e dignidade” e que protejam “a vida e a liberdade”. No envelhecimento, afirma Marília, “tem-se necessidades e demandas específicas”.

Para Bibiana, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades, os direitos conquistados pelos cidadãos idosos do Brasil foram obtidos, efetivamente, “do ponto de vista formal”, com a Constituição de 1988, que trouxe às famílias, sociedade e Estado, a obrigação do “amparo à velhice”. Segundo ela, “não podemos negar que houve avanços”, mas “mal esses avanços se concretizaram na prática”, já nos vemos diante do “risco de um desmonte de toda esta estrutura”. Ela também alerta para “o risco de retrocessos importantes na área de seguridade social”, diante de um cenário de crise econômica e política no Brasil.

Ouça, na íntegra, a conversa sobre direitos dos idosos no Brasil, no Diálogos na USP desta semana.


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