Seleção brasileira de maratona aquática tem auxílio da USP para melhorar performance

Treinadores buscam informações para personalizar treinos de atletas de alta performance em águas abertas

 17/08/2022 - Publicado há 2 anos
Maratona aquática – Foto: Danilo Borges /Brasil2016

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Estudos do Laboratório de Atividades Aquáticas da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) da USP têm chamado a atenção de treinadores de atletas brasileiros de alta performance. Atraído pelos resultados de pesquisas, obtidos pelo grupo coordenado pelo professor Marcelo Papoti, o treinador da equipe de maratona aquática em águas abertas de Caraguatatuba, em São Paulo, João Flávio Alves de Godoy, esteve em Ribeirão Preto com seus atletas, em meados de julho, para realizar testes metabólicos.

“O professor Papoti, hoje, está em grande evidência nos testes mais específicos para piscina e acabou chamando bastante a minha atenção porque a gente está com um grupo de atletas de alto nível entre o top cinco e top dois do Brasil”, diz o treinador, destacando os índices e números mais específicos da maratona aquática. Ao avaliar o trabalho desenvolvido pelo laboratório de Papoti como “de primeiro mundo”, Godoy acrescenta que os testes podem ajudá-lo na elaboração de treinamentos individuais, baseados nas respostas dos nadadores.

Marcelo Papoti – Foto: IEA-USP

Sobre a realização desses testes, o professor Papoti diz que os dois principais medem o consumo máximo de oxigênio pelos nadadores, indicando a utilização do ar na respiração que é transformado em energia para o melhor desempenho na competição. É obtida “uma personalização das intensidades de treinamento”, que é entregue ao treinador, após os testes, em forma de planilhas de treinamentos específicos para cada atleta. São avaliações específicas para atletas que buscam o mais alto nível, “atletas que irão participar dos Jogos Olímpicos de Paris, em que cada detalhe faz a diferença”, adianta Papoti.

Ouça no player a seguir a entrevista do pesquisador Marcelo Papoti, do treinador João Flávio Alves de Godoy e do atleta Henrique Figueira Figueirinha à Rádio USP.

Resultados que personalizam treinos

Os nadadores de Caraguatatuba passaram três dias em testes, incluindo um treinamento simulado para comparar a performance com as avaliações dos testes. “A gente chama de tríade, que é avaliação, prescrição e monitoramento do treinamento”, conta o professor sobre o trabalho realizado com os nadadores. A partir dessas avaliações, completa, “nós teremos uma foto de altíssima resolução a respeito dos aspectos metabólicos dos nadadores, a ponto de auxiliar o treinador a projetar o programa de treinamento para saber até onde os atletas conseguem chegar”.

A importância desses dados, argumenta o treinador Godoy, é que a maratona aquática nos dias atuais pede um atleta mais rápido e não aquele que resiste mais. “A gente tem que estudar todos os pontos, tanto a velocidade quanto a economia de nado, as trocas de ritmos; e através dessas avaliações, a gente consegue deixar um atleta mais econômico, mais explosivo”, verificando, principalmente, seu consumo de oxigênio, para “deixar o atleta mais completo”, argumenta o treinador.

Diferentes modalidades esportivas

A equipe liderada pelo professor Papoti se prepara para avaliar atletas de alto nível de diferentes modalidades esportivas. “Esse na verdade vai ser o primeiro de uma sequência de testes que nós pretendemos fazer com atletas de diferentes modalidades esportivas; nós já avaliamos alguns atletas de nível nacional, inclusive pertencentes à seleção brasileira, não só de natação, como também de judô e de outras modalidades. Como foi o caso recente de ciclistas, triatletas.” Para atender às demandas específicas, Papoti adianta que a diferença dos testes estará na customização das avaliações para cada modalidade.
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Texto: Eduardo Nazaré e Rubens Avelar

 

 


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