Inovações tecnológicas aumentam segurança e qualidade de cirurgias em hospital da USP em Bauru

Além de aperfeiçoar a assistência aos pacientes, novos equipamentos do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP também proporcionam à equipe e aos residentes acesso a tecnologias de ponta

 13/12/2022 - Publicado há 1 ano
Utilização de foco cirúrgico com sistema de transmissão em tempo real no HRAC – Foto: André Boro/HRAC-USP

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Novos equipamentos que entraram em operação recentemente no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da USP – como uma serra ultrassônica piezoelétrica (utilizada em cirurgias craniofaciais, ortognáticas, de enxerto ósseo alveolar e até em rinoplastias) e um aparelho de intubação videoassistida (para casos com via aérea difícil) – têm contribuído para o aperfeiçoamento dos procedimentos cirúrgicos realizados em pacientes da instituição.

Também foram implementados desde 2021 melhorias como foco cirúrgico com sistema de transmissão em tempo real, além de software para planejamento virtual de cirurgias e impressora para confecção de guias e moldes tridimensionais.

As tecnologias totalizaram cerca de R$ 630 mil e foram viabilizadas por meio de convênio com a Smile Train – maior organização filantrópica de fissura labiopalatina do mundo e que instituiu o HRAC como Centro de Liderança –, cujos recursos são administrados pela Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp).

“São inovações tecnológicas que trazem uma precisão e acurácia maior para os procedimentos, e, consequentemente, maior segurança para os pacientes. Isso mostra um compromisso com a qualidade na assistência”, destaca o professor Cristiano Tonello, cirurgião craniofacial.

“Além disso, esses equipamentos multiusuários proporcionam que nossas equipes e residentes tenham acesso ao que existe de mais atualizado em cuidado cirúrgico, tecnologias de ponta utilizadas nos centros mais avançados como os das Universidades Harvard e Yale”, completa o médico, que também é chefe técnico do Departamento Hospitalar do HRAC e docente do Curso de Medicina da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP.

O professor Carlos Ferreira dos Santos, superintendente do HRAC e vice-diretor da FOB, ressalta que “essas melhorias beneficiam tanto os pacientes como o trabalho dos profissionais e a formação dos residentes, e mostram a importância de parcerias como a que temos com a Smile Train, especialmente após a promoção do HRAC como Centro de Liderança, viabilizando recursos complementares e investimentos”.

Melhorias no atendimento ao público

Ingridi V. Souza, 21, com a filha Alice S. Andrade, 4 meses, na UTI do HRAC – Foto: Tiago Rodella/HRAC-USP

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Uma das beneficiadas pelos novos equipamentos é a pequena Alice Souza de Andrade, de 4 meses, que nasceu prematura e com Sequência de Pierre Robin, uma condição clínica caracterizada por queixo com tamanho reduzido, retração da língua e fissura de palato (fenda no céu da boca), que pode trazer dificuldade respiratória e alimentar severa aos bebês.

“Ela tinha muita apneia, parava de respirar, ficava muito roxinha. Foi um susto para a gente”, conta a mãe, Ingridi Valéria de Souza, de 21 anos, que mesmo residindo em Lençóis Paulista, cidade localizada a cerca de 40 quilômetros de Bauru, nunca havia ouvido falar do HRAC, onde Alice chegou com 2 meses de vida, nem de Sequência de Pierre Robin.

Entre idas e vindas da maternidade, unidade de pronto atendimento e UTI hospitalar, a bebê passou somente duas semanas em seu lar. Agora, após cirurgia para alongamento da mandíbula realizada no HRAC no último dia 29 de novembro – para alívio do comprometimento respiratório –, a mãe está na expectativa de retornar para casa com a filha.

“No começo foi bem difícil, passamos por muita coisa. Mas agora ela está melhor, é outra criança, a gente vê que ela está bem mais confortável. Tenho bastante confiança na recuperação e no desenvolvimento da Alice”, relata Ingridi. “No Centrinho temos todo o suporte, a equipe ajuda bastante. Aprendi muito aqui, sou praticamente uma outra enfermeira, então estou bem tranquila e segura para voltarmos para casa”, completa.

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Texto: Tiago Rodella, Assessoria de Imprensa do HRAC USP


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