O laboratório do professor Fábio Siviero se tornou uma espécie de oficina. As formigas, que são seu principal objeto de estudo, dividem o espaço com sprays, cola, tintas, espátulas e filamentos. Esses materiais são usados para a produção de modelos de embriões, células e tecidos por impressão 3D.
A ideia surgiu porque o acervo do Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento, ao qual o professor é vinculado, tem várias peças danificadas, impedindo que os alunos possam manipulá-las e entender as estruturas. Além de produzir essas peças com materiais mais resistentes e com custo bem menor do que as peças antigas, Siviero também criou novos modelos. Por exemplo, o de uma célula de Purkinje, que integra nosso cérebro e é caracterizada por diversas ramificações.
Conheça a iniciativa na reportagem:
Os modelos produzidos pelo professor Siviero estão disponíveis para download sob licença da Creative Commons.
Para criar as peças, Siviero utiliza dois modelos de impressora 3D. Uma delas foi adquirida por meio de um edital da Pró-Reitoria de Graduação da USP e a outra, doada pela Receita Federal.
A parceria da USP com a Receita existe desde 2011 e é liderada pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP. Inicialmente, quem gerenciava as arrecadações era a chefe do Setor de Patrimônio do ICB, Andréa Queiroz. Depois, o instituto formou uma comissão para facilitar as doações e sua distribuição às diversas unidades da Universidade. Há um site disponível via intranet com a lista dos materiais disponíveis para doação.
Leia mais sobre as doações da Receita Federal à Universidade em: Apreensões da Receita Federal viram ciência e serviço na USP