Centro de Ciência Aplicada à Segurança Pública apoiará políticas de combate ao crime

Com participação do Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas da USP, a proposta é que pesquisadores desenvolvam estudos de acordo com as demandas dos agentes de segurança pública, além de desenvolver uma agenda colaborativa entre a academia e as polícias

 20/12/2022 - Publicado há 2 anos
Centro vai atuar em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo – Foto: Agência Brasil

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Com o objetivo de criar e utilizar ferramentas tecnológicas inovadoras para identificar, avaliar, acompanhar, antecipar e combater ameaças à segurança pública, a USP, a Fundação Getúlio Vargas, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) oficializaram a criação do Centro de Ciência Aplicada à Segurança Pública (FGV Analytics). O projeto foi aprovado em edital do programa Centro de Ciência para o Desenvolvimento (CCD) da Fapesp, no tema Cidades Inteligentes e Segurança Pública.

Sediado na Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP), o centro utilizará modelos matemáticos estruturados com base em ferramentas de Inteligência Artificial (IA) para dar suporte à Secretaria de Segurança no combate ao crime e para avaliar a eficácia de políticas públicas. O investimento total previsto é de R$ 18,6 milhões por um período de cinco anos. A FGV EAESP irá ofertar, anualmente, quatro bolsas de mestrado profissional para funcionários da SSP.

Com a USP, o projeto tem a parceria de pesquisadores do Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas, vinculado ao Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade. Também há participação do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e de um Comitê Internacional formado por pesquisadores reconhecidos mundialmente na área de segurança pública.

O centro será capaz de antecipar a ocorrência de crimes e dar suporte para ações policiais de prevenção e combate às infrações à lei. Também será possível monitorar e prevenir o roubo de cargas indicando a probabilidade deste tipo de ocorrência; entender a narrativa dos crimes por meio da categorização das informações contidas em boletins de ocorrência; utilizar análise temporal e similaridade para prever crimes em série; entender o comportamento de quadrilhas e do crime organizado por meio da análise de redes; avaliar políticas públicas, estratégias policiais e efetividade de programas de policiamento; além de entender o impacto das ferramentas tecnológicas no combate ao crime.

As atividades do centro devem ser divididas em dois eixos. O primeiro é focado no desenvolvimento de ferramentas de big data, IA e sistemas de apoio a tomada de decisões para acompanhamento dos casos, e o segundo é voltado à avaliação de políticas de segurança pública. O uso de ferramentas de IA, por exemplo, possibilitará prever ocorrências de crimes mais prováveis por região e desenvolver algoritmos capazes de definir as táticas de policiamento adequadas para cada situação. Esse tipo de parceria entre os formuladores de políticas de segurança pública e instituições de pesquisa e tecnologia já ocorre em diversos países do mundo, a exemplo da Inglaterra e Estados Unidos.

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Com informações da Agência Fapesp e FGV


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