A Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP apresenta pesquisa que discute respostas comunitárias à covid-19 a partir de experiências observadas em países como Alemanha, Brasil, Canadá e Peru. Essa ação faz parte de um projeto internacional de pesquisa que conta com uma parceria entre a Universidade de São Paulo, a Universidade de Toronto, a Universidade de Giessen e a Universidad Peruana Cayetano Heredia.
Deisy Ventura, professora do Centro de Pesquisas de Direito Sanitário da USP (Cepedisa) da FSP, explica que o projeto foi firmado no âmbito da plataforma transatlântica no edital do ano de 2021 sobre as respostas à covid-19. Assim, a pesquisa busca estudar comunidades periféricas de diferentes regiões que, apesar de apresentarem algumas diferenças estruturais, apresentaram em conjunto a decisão de resistir frente aos desafios da pandemia.
Projeto
A professora explica que o programa foi construído de maneira horizontal, com uma primeira reunião científica sendo sediada dentro do campus da Universidade de São Paulo. Anne-Emanuelle Birn, professora da Universidade de Toronto e líder internacional do projeto, avalia que, para compreender a temática, é necessário que os indivíduos compreendam duas coisas: a primeira é a de que os países devem ter responsabilidade com a políticas sociais e a segunda é o entendimento de que muitas comunidades foram aptas da resistência e não da resiliência.
Assim, o projeto tinha como objetivo explicar como a resistência, juntamente com as demandas de forma mobilizada, faz o governo tomar maiores ações. Deisy adiciona também que o programa se caracteriza pela escuta para que cada comunidade possa contar a sua história nas suas próprias palavras. “Nós estamos ali para escutar e construir alguns materiais e iniciativas de forma conjunta, mas, essencialmente, nós queremos ouvir sobre esse protagonismo e registar para a história o que aconteceu nesses lugares, dando crédito a quem realmente agiu nesses ambientes”, aponta. Ou seja, a pesquisa parte de métodos qualitativos e participativos, reconhecendo a singularidade de cada comunidade.
Resultados
Anne-Emanuelle comenta ainda que diferentes aprendizados foram retirados desse projeto, uma vez que, apesar do reconhecimento da luta realizada por essas comunidades e da celebração que está sendo feita, essa é uma luta que ainda apresenta-se de forma problemática, sendo necessário reconhecer esses ambientes como campos intelectuais.
Dessa forma, é fundamental lutar para garantir que os direitos às políticas sociais nas áreas de saúde, educação e segurança sejam garantidos. A professora Deisy afirma ainda que a celebração das conquistas dessas comunidades não pode ser vista como uma idealização, sendo necessário apontar o papel do Estado nesses locais. Pensar em um futuro em que a formação política seja mais simples e distributiva parece ser primordial, portanto, para a realização de melhores políticas no futuro.
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