Redes sociais estão na preferência de quem busca informação

Carlos Eduardo Lins da Silva comenta dados do Instituto Reuters a respeito da preferência do usuário por consumir notícias nas plataformas de redes sociais em detrimento dos meios mais tradicionais

 Publicado: 24/06/2024

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O Instituto Reuters para o Estudo de Jornalismo, ligado à Universidade de Oxford, divulgou em recente relatório que as pessoas estão preferindo acessar notícias por plataformas de redes sociais em vez de obterem informações pelos meios mais tradicionais. Segundo o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, o que se vê é uma diferença muito grande, de dez anos para cá, do número de plataformas mais usadas por quem busca se informar. “Há dez anos, eram apenas duas plataformas que faziam mais do que 10% da audiência de notícias, agora são pelo menos seis”, constata o colunista. O YouTube, o TikTok e o Instagram têm mostrado um grande crescimento, o que demonstra, na visão de Lins da Silva, que as pessoas continuam se informando mais pelas plataformas do que pelos veículos onde a informação se origina, e também que as plataformas que ganham mais destaque são as que têm uma tendência maior para o entretenimento, o que explica, por exemplo, o sucesso do YouTube nesse aspecto.

Um outro ponto a considerar em relação ao relatório é o fato de que a confiança nas plataformas se modifica muito rapidamente: a confiança nos veículos tradicionais é muito maior nos países escandinavos e menor nos países do sul da Europa. Já na América Latina, no que se refere a esse item, o Brasil se destaca entre os seis países pesquisados, “com 43% das pessoas dizendo que confiam nos veículos tradicionais; a Argentina é o menor, com 30%”. O relatório mostra ainda que quem paga para acessar as notícias nos veículos costuma se beneficiar dos descontos. “Nos Estados Unidos, pelo menos 60% pagam menos do que o preço total e isso no Brasil é uma constante também.” Os dados indicam que, quando se tenta fazer com que o assinante pague o preço cheio e não com desconto, “a tendência é que ele não só não aceite, mas que desista da assinatura. Isso tudo mostra que, na verdade, uma grande parcela do público hoje em dia simplesmente não acredita que notícia seja alguma coisa digna do seu pagamento financeiro, porque ele tem outras maneiras gratuitas de se achar bem informado – não está, e esse é que é o problema para a sociedade, é o problema para a democracia”, conclui.


Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção  da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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