Medicina genômica vai impactar decisões em saúde

Mudanças provocadas pela ciência e implantação do Centro de Medicina Genômica em Ribeirão Preto estão no próximo USP Analisa

 14/06/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 20/04/2018 às 10:48
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Uma revolução trazida pelo conhecimento adquirido com o sequenciamento do genoma humano está mudando a prática da medicina em todo o mundo. A medicina genômica, que utiliza dados obtidos a partir da análise do DNA, é capaz de detectar diversas doenças e vai exigir dos profissionais de saúde um entendimento cada vez maior sobre o assunto. Para falar sobre o futuro dessa área no Brasil e os impactos trazidos pela inauguração do Centro de Medicina Genômica do Hospital das Clínicas da USP em Ribeirão Preto, o USP Analisa recebe os professores do Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) Wilson Araújo da Silva Junior e Victor Ferraz.

Criado em 2012, o Centro oferece testes genéticos a pacientes atendidos pelo Hospital das Clínicas e está inaugurando uma estrutura própria, que vai melhorar o atendimento e colaborar com a formação de recursos humanos para a área. “A ideia principal desse espaço está ancorada em três pilares: a formação de recursos humanos, tanto de técnicos quanto de alunos de graduação e pós-graduação capazes de analisar e interpretar dados genômicos; o suporte à pesquisa em medicina genômica; e o oferecimento de serviços de diagnóstico molecular baseado em análise genômica”, explica Silva Junior.

Segundo o docente, a medicina genômica será uma importante ferramenta para auxiliar a tomada de decisões pelo profissional de saúde, semelhante ao papel que a medicina baseada em imagens desempenha hoje. Muitos países, inclusive, já estão investindo no sequenciamento do genoma da população para identificar alterações genéticas ligadas a doenças e assim estabelecer políticas públicas de prevenção.

A própria formação profissional na área da saúde vai sofrer mudanças com a inserção dessa nova técnica de análise. “É diferente de um exame​​ tradicional. Ter ou não alteração nessa situação é delicado. Existem alterações que, de fato, vão causar a doença, alterações que não vão e alterações que precisam ser acompanhadas. Hoje, saber ou não sobre o risco de ter uma doença ou o risco reprodutivo é um direito do paciente e passa a ser um dever do médico abordá-lo”, diz Ferraz.

A entrevista vai ao ar na Rádio USP Ribeirão Preto às sextas-feiras, a partir das 12 horas, e na Rádio USP São Paulo nas quartas-feiras, a partir das 21 horas. O USP Analisa é uma produção conjunta da USP FM de Ribeirão Preto (107,9 MHz) e do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP.

Mais informações: thcardoso@usp.br

Por: Thaís Cardoso


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