O normal que não é normal, embora ocorra cotidianamente

Marília Fiorillo, ao falar sobre a violência e a crueldade, que só crescem no mundo, diz ser preciso combater a ideia de que isso seja tido como o novo normal

 05/05/2023 - Publicado há 1 ano

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A professora Marília Fiorillo retoma o tema de sua coluna anterior, o aumento da crueldade no mundo, visto como algo banal. Ela começa por citar os acontecimentos recentes no Sudão, onde partes igualmente não democráticas se enfrentam numa situação que considera devastadora. “A contrapartida do aumento exponencial da violência”, diz ela, “é uma certa apatia, uma indiferença que acabamos por desenvolver diante de tanta violência e carnificina, morte, fatos hediondos.” E aqui a colunista cita a crítica de um ativista, que acusa o Ocidente de estar mergulhado em uma espécie de condição anestésica diante do novo normal da violência.

“É importante levantar esse aspecto, porque não basta apenas que apontemos o dedo para os políticos, governantes, os terroristas disfarçados de políticos e governantes, e esquecer que a massa das pessoas tem um papel determinante para, se não coibir, ao menos amenizar isso. Talvez tenhamos que reverter o raciocínio”, argumenta ela. “Mais uma bala perdida que mata uma criança na comunidade, não, não é normal, embora ocorra todo dia; mais um tiroteio de um maluco numa escola, parece que não é nada de novo, mas é sim, é um novo que tem que ser extirpado da sociedade; mais bombardeios letais, refugiados, tráfico humano, civis assassinados mundo afora, vamos parar de considerar isso uma notícia repetitiva e olhar de frente para essa situação, na medida do possível dando a contribuição que cabe a cada um de nós.”


Conflito e Diálogo
A coluna Conflito e Diálogo, com a professora Marília Fiorillo, vai ao ar quinzenalmente sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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