Mapeamento de startups seniortechs se estabelece no cenário de envelhecimento da população

A iniciativa, segundo Marco Antonio Bego, se enquadra na denominada economia prateada, atendendo aos interesses da faixa dos 50+

 18/10/2023 - Publicado há 7 meses
O aumento da população 50 e 60+ incentivou o projeto, que mapeou cerca de 50 startups no ramo – Foto: Ariane Azevedo/Flickr
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O Núcleo de Inovação Tecnológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InovaHC) lançou o primeiro Mapa de Seniortechs do Brasil, que apresenta uma série de startups que se concentram no desenvolvimento de tecnologias digitais para a população 50+. A iniciativa, em colaboração com Ativen e Aging 2.0, se enquadra na denominada economia prateada – conjunto de serviços, produtos e soluções de consumo voltados para as pessoas com mais de 50 anos – que, de acordo com os dados do IBGE e Sebrae-SP,  movimenta R$ 2,1 trilhões por ano no País. 

Marco Bego- Foto: Divulgação/InovaHC

Marco Antonio Bego, diretor executivo do InovaHC e do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, ressalta a importância do projeto, especialmente em um contexto de envelhecimento populacional. “A população nessa faixa etária vem crescendo e está muito mais ativa de que em outros tempos, mas ela ainda tem alguns problemas de discriminação e precisa de uma coisa mais dedicada, com isso, nós fomos buscar o mapeamento”, declara Bego. 

Mapeamento

O especialista explica que, apesar do conhecimento da existência de tais startups, ainda há uma dificuldade na localização delas, assim, o trabalho focou na busca pormenorizada e organização das empresas. Além disso, o aumento da população 50 e 60+ também incentivou o projeto, que mapeou cerca de 50 startups no ramo. 

A iniciativa dividiu as 50 localizadas em seis categorias – como bem-estar, engajamento e mobilidade – ou seja, uma grande diversidade que vai além da área da saúde. “O que foi notado é que existe o problema de saúde, mas existem outras oportunidades que estão fora disso e que são até maiores. Entretenimento e essa parte de estilo de vida, como essa população pode usar serviços que ajude de forma direcionada”, pontua Bego. Outro aspecto também evidenciado foi a procura por serviços na parte social e comunicacional para o aprendizado. 

Investimentos 

Grande parte dos grupos que começam as startups voltadas para a economia prateada, segundo o especialista, compreende pessoas que possuem necessidade urgente em seu círculo próximo. Com isso, há um agrupamento de integrantes multidisciplinares para o desenvolvimento e, em um segundo momento, espera-se uma evolução juntamente com os investimentos. “Geralmente, há um propósito bem legal por trás, com pessoas que querem realmente ajudar e transformar esse segmento”, considera. 

A ação do InovaHC, com a produção do Mapa de SeniorTechs, age em duas frentes para contribuir na visibilidade para os consumidores e investidores do mercado. “Além de ter um impacto social, ele tem negócios que poderiam criar toda uma riqueza nesse segmento que ajudaria muito o Brasil e toda essa população”, destaca Bego. Assim, o projeto de mapeamento tem a ideia de divulgar os locais que oferecem serviços especializados – uma vez que a procura específica não é simples –, bem como criar oportunidades de negócio. “Esse é o primeiro degrau de uma escada que a gente está subindo para diminuir os preconceitos, ter mais serviços, gerar riqueza e dar oportunidade de investimentos de quem quer trabalhar na área, de quem tem um problema a ser resolvido”, analisa. 


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