Retomando um dos temas da coluna anterior, a professora Marília Fiorillo fala hoje (28) sobre os conflitos na Síria, chamados de guerra civil, quando seria mais preciso caracterizá-los como genocídio. Após observar que “a literatura especializada sobre o termo genocídio é vasta e nem sempre unânime”, ela afirma que prefere ficar com a definição dos capacetes brancos, a defesa civil síria, que há quase uma década retira pessoas dos escombros, resgata feridos, providencia assistência médica, realoca os desabrigados e tenta mitigar o sofrimento da população.
Esses mesmos capacetes brancos, diz a colunista, pediram à comunidade internacional que tratasse os acontecimentos da Síria não como guerra, mas como genocídio. “As palavras têm peso. Detalhes de terminologia podem decidir sobre a vida de milhões”. Ainda está muito presente na memória o genocídio de Ruanda, em 1994: um milhão de pessoas foi dizimado pelo governo e por forças milicianas. Na época, o governo dos EUA foi instruído a evitar o termo genocídio para não inflamar a opinião pública.
“Sem petróleo ou riquezas minerais importantes, um milhão de vidas em Ruanda não valia o uso da palavra genocídio e muito menos gastos com o envio de tropas”, diz Marília Fiorillo. Acompanhe o comentário, na íntegra, pelo link acima.
Conflito e Diálogo
A coluna Conflito e Diálogo, com a professora Marília Fiorillo, vai ao ar quinzenalmente sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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