Na urologia, cirurgia robótica contribui para uma rápida recuperação do paciente

Segundo o professor William Carlos Nahas, a tecnologia permitiu a melhor capacidade de visualização das estruturas, melhor controle de tremores e melhor movimentação

 24/08/2023 - Publicado há 8 meses

Texto: Redação

Arte: Gabriela Varão*

A cirurgia robótica cresceu bastante em áreas da saúde – Foto: Wikimedia Commons

Recentemente, o setor de urologia está apresentando destaque com treinamento pioneiro em cirurgia robótica no Brasil. A Faculdade de Medicina da USP é a primeira no País a oferecer treinamento em cirurgia robótica, juntamente com o Hospital das Clínicas, vinculado ao instituto. A utilização das tecnologias mais avançadas na área está sendo um dos grandes destaques do setor, que conta com considerável crescimento nessa especialidade.  

William Carlos Nahas, chefe da disciplina de Urologia da Faculdade de Medicina e diretor da Clínica de Urologia e Transplante Renal do Hospital das Clínicas, comenta que a cirurgia robótica se desenvolveu e se fixou no País há 15 anos com a cirurgia urológica, sobretudo no tratamento da neoplasia da próstata. “A tecnologia robótica é um passo à frente à laparoscopia, assim, ao invés do cirurgião segurar a pinça e olhar em uma tela, as pinças são alocadas nos braços do robô e manipuladas por um joystick”, explica o especialista. 

Avanço

A partir desse sistema, portanto, o cirurgião consegue ter uma visão tridimensional do campo cirúrgico, sendo possível observar um avanço do sistema cirúrgico. “Ela possibilitou transformar e evoluir a laparoscopia, uma vez que permitiu a melhor capacidade de visualização das estruturas, melhor controle de tremores e melhor movimentação”, analisa Nahas. Ou seja, com a utilização da máquina, são disponibilizadas mais condições para a  realização de uma cirurgia mais avançada — além de contribuir com a maior ergometria do cirurgião. 

O médico consegue ter uma visão tridimensional do campo cirúrgico – Foto: Wikimedia Commons

O médico destaca também que a cirurgia robótica cresceu bastante em outras áreas da saúde, como na ginecologia, para o tratamento de problemas no útero. Além disso, como hoje os robôs têm a capacidade de serem mobilizados com mais facilidade, eles podem ser utilizados em maior escala. “Hoje, já foram feitos algo em torno de 120 mil procedimentos com cirurgias robóticas no Brasil”, adiciona. 

Atualmente, os maiores problemas associados a esse procedimento são os custos dos aparelhos e das pinças, que fazem com que a oferta por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) seja limitada. O Hospital das Clínicas, no entanto, como centro formador, está ofertando a utilização desses aparelhos durante a residência médica. Assim, o médico em formação tem acesso às formas mais simples de tratamento e também às mais avançadas, para uma formação mais harmoniosa que possa auxiliar o enfrentamento do mercado de trabalho. 

Benefícios e desafios

Um ponto importante desse mecanismo é o fato de a cirurgia robótica reproduzir o mesmo procedimento da cirurgia aberta, com a vantagem de ser feita de uma forma minimamente invasiva. Além disso, é possível observar que a utilização dos robôs permite menos intercorrências e a recuperação do indivíduo se torna mais rápida. 

Uma das dificuldades encontradas para a utilização desse sistema é o fato de os robôs ainda serem importados, fator que torna o acesso a esse serviço mais difícil. Apesar dessa complicação, Nahas destaca que todos os indivíduos tratados no Hospital da Clínicas se beneficiam do uso das máquinas. “A expectativa é que se consiga reduzir os custos para que tenhamos a possibilidade de ofertar esse tipo de atendimento para toda a população”, finaliza o médico. 

*Estagiária sob supervisão de Moisés Dorado


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