“A arquitetura de Niemeyer é uma moldura modernista”

A genialidade do arquiteto, segundo Martin Grossmann, destaca-se entre as diferentes edições da Bienal

 13/10/2021 - Publicado há 3 anos
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Martin Grossmann continua o roteiro com os ouvintes/leitores pela Bienal de São Paulo em sua coluna Na Cultura, o Centro Está Em Toda Parte, na Rádio USP (clique e ouça player acima). Dessa vez, o professor compartilha as estratégias empregadas em diferentes projetos de edições. “Estamos falando de uma história de 70 anos e de uma relação bastante profícua entre diferentes curadorias e organizações que vão pensar esse conteúdo mais obviamente relacionado a essa arquitetura genial de Oscar Niemeyer.”

Grossmann instiga o olhar do público. E questiona: “O que acontece quando começamos a circular nesse prédio que funciona como uma moldura modernista? Interessante olhar para essas estratégias de jogo de cena e observar como esses curadores, esses arquitetos e designers pensam essa nossa relação de visitante guiando esse caminhar nesse paralelepípedo, nessa volumetria.”

Nessa relação entre as diferentes bienais e a arquitetura de Niemeyer, Grossmann cita algumas edições históricas. “Uma curadoria que me marcou  foi a da grande tela proposta por Sheila Leirner em 1985, após as duas edições históricas de Walter Zanini, diretor do MAC, da ECA e por duas vezes curador da Bienal”, assinala. “Em 1985, na 18ª Bienal, Sheila Leirner, uma vez que estávamos no ápice da volta à pintura, faz um grande corredor com painéis longilíneos paralelos dando essa visão crítica e criando sua própria tela enorme”. A curadora, crítica de arte e jornalista Sheila Leirner contou com o trabalho dos arquitetos Haron Cohen, Felipe Crecenti e Luiz Loureiro.

Grossmann destaca também a Bienal de Fotojornalismo Brasileiro em 1995, que apresentou imagens de 136 fotógrafos de diferentes jornais e revistas. “O projeto foi do saudoso Paulo Mendes da Rocha. Ele criou uma expografia suspensa justamente na área da grande rampa da Bienal. Havia uma relação bastante audaciosa, dinâmica, desses painéis flutuando nesse espaço, nessa fenda que existe no meio desse grande prédio”, observa.

Ainda destacando a arquitetura de Niemeyer, o colunista comenta: “A outra mostra importante foi a dos 500 anos, quando, neste mesmo espaço, foi apresentado o módulo Barroco Brasileiro, quando tivemos a artista Bia Lessa fazendo uma intervenção bastante polêmica na época e que ficou marcada na história.”

Entre as edições da Bienal, Grossmann aponta a 31a, em 2014, com o tema Como falar de coisas que não existem. “O curador Charles Esche trouxe o arquiteto Oren Sagiv, que deu um entendimento a essa rampa como se fosse o átrio, o domus de um museu futurista, e também desconstrutivista.”


Na Cultura, o Centro está em Toda Parte
A coluna Na Cultura o Centro está em Toda Parte, com o professor Martin Grossmann, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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