Paulo Mendes da Rocha recebe prêmio da Bienal de Veneza

Uma das maiores honrarias na área da arquitetura, Leão de Ouro será entregue ao professor da USP no dia 28 de maio, sábado

 25/05/2016 - Publicado há 8 anos
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Pinacoteca do Estado de São Paulo, Pórtico e cobertura na Praça do Patriarca em São Paulo, casa do arquiteto no bairro do Butantã e o Museu Nacional dos Coches, em Lisboa: intervenções e obras de Paulo Mendes da Rocha - Fotos: Wikimedia Commons
Pinacoteca do Estado de São Paulo, Pórtico e cobertura na Praça do Patriarca em São Paulo, casa do arquiteto no bairro do Butantã e o Museu Nacional dos Coches, em Lisboa: intervenções e obras de Paulo Mendes da Rocha – Fotos: Wikimedia Commons

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O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP Paulo Mendes da Rocha receberá o Leão de Ouro – um dos mais prestigiados prêmios da arquitetura mundial –, no dia 28 de maio, sábado, durante a 15ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, na Itália. A honraria é um reconhecimento pelo conjunto da obra do professor. A mostra ocorrerá de 28 de maio a 27 de novembro, com o lema “Reporting from the Front”.

O arquiteto Paulo Mendes da Rocha - Foto: Divulgação/Lito Mendes da Rocha
O arquiteto e professor da FAU Paulo Mendes da Rocha – Foto: Divulgação/Lito Mendes da Rocha

Rocha foi escolhido para receber o prêmio pelo conselho de diretores da Bienal de Veneza, por recomendação do curador da exposição, o arquiteto chileno Alejandro Aravena. De acordo com a justificativa do conselho, “a extraordinária qualidade” da arquitetura de Paulo Mendes da Rocha reside na sua “durabilidade” (durevolezza). “Em décadas de construções, todos os seus projetos resistiram à prova do tempo, seja do ponto de vista estilístico, seja físico. Essa coerência, que pode derivar da sua integridade ideológica e da sua capacidade no campo estrutural, faz de Paulo Mendes da Rocha um anticonformista provocador e, ao mesmo tempo, um realista apaixonado.”

O conselho da Bienal de Veneza destacou ainda que os campos de interesse de Rocha na área da arquitetura alcançam os âmbitos político, social, geográfico, histórico e técnico. “O papel que ele desempenhou para muitas gerações de arquitetos no Brasil, na América Latina e em outros lugares é aquele de uma pessoa capaz de se unir a trabalhos compartilhados e coletivos e também de atrair os outros para combater pela causa do melhoramento do ambiente edificado.”

Nascido em Vitória (ES) em 1928, Paulo Mendes da Rocha se formou em Arquitetura pela hoje chamada Universidade Presbiteriana Mackenzie, em 1954. Em 1961, tornou-se professor da FAU. Cassado pela ditadura militar em 1969 e proibido de lecionar, voltou à Universidade em 1980, com a anistia política. Em 1998, aposentou-se compulsoriamente como professor titular de Projeto Arquitetônico.

Leão de Ouro: prêmio da Bienal de Arquitetura de Veneza - Foto: Divulgação
Leão de Ouro: prêmio da Bienal de Arquitetura de Veneza – Foto: Divulgação

Em 2006, foi contemplado com o Prêmio Pritzker, um dos mais importantes da arquitetura. No Brasil, recebeu a Ordem do Mérito Cultural e, por duas vezes, em 2012 e 2015, ganhou o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Professor Emérito da FAU, obteve títulos de doutorado Honoris Causa das Universidades de Córdoba, na Argentina, de Lisboa, em Portugal, e de Ion Mincu, de Bucareste, na Romênia, entre outras instituições.

Um dos representantes da chamada escola paulista da arquitetura – integrada pelo célebre arquiteto da USP João Batista Vilanova Artigas (1915-1985) –, Paulo Mendes da Rocha assina, entre vários outros, os projetos do Ginásio do Clube Atlético Paulistano, em São Paulo, sua primeira grande obra, do Estádio Serra Dourada, em Goiânia (GO), do Museu Brasileiro da Escultura (Mube), em São Paulo, do Museu de Arte de Campinas (SP), da reforma da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Museu da Língua Portuguesa, ambos também em São Paulo, e das novas instalações do Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, Portugal.

 


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