USP Analisa #44: Especialistas desmistificam fake news sobre vacinas

Eles participam do quarto episódio de especial do USP Analisa, que vai ao ar nesta semana

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 12/03/2021 - Publicado há 4 anos
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USP Analisa #44: Especialistas desmistificam fake news sobre vacinas
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Além das severas consequências trazidas pela covid-19 em todos os campos, a população mundial enfrenta um mal tão grave quanto o próprio coronavírus: a onda de desinformação envolvendo a doença e, principalmente, as vacinas contra ela. Para discutir esse tema dentro do especial sobre vacinação, o USP Analisa desta semana conversa com a biomédica especialista em imunologia Ana Alice de Aquino, a estudante de ciências biológicas da USP Ribeirão Preto, Nathália Pereira da Silva Leite, e o estudante de ciências farmacêuticas da USP Ribeirão Preto, Wasim Syed. Eles integram a União Pró-Vacina, uma importante iniciativa de diversas instituições para combater a desinformação sobre vacinas.

Na primeira parte da entrevista, eles esclarecem diversas fake news comuns sobre vacinas contra a covid-19 e contra outras doenças em geral. Uma delas, por exemplo, é uma tradicional confusão sobre a proteção de vacinas contra a influenza, já que algumas pessoas, mesmo vacinadas, acabam desenvolvendo gripe.

“Algumas vacinas, apesar de não impedirem o desenvolvimento da doença, são capazes de atenuá-la. O indivíduo desenvolve um quadro gripal mais leve, evitando complicações. Outro motivo para isso é que as vacinas contra a gripe distribuídas no Brasil são trivalentes ou tetravalentes, ou seja, protegem contra três ou quatro subtipos do vírus influenza. E existem outros subtipos circulantes e também outros vírus que podem causar resfriado. Então, o indivíduo pode ter quadros de gripe ou resfriado e achar que a vacina não serviu, quando, na verdade, não é isso que acontece”, explica Ana Alice.

Outra tradicional desinformação disseminada é sobre o uso de células de fetos abortados nas vacinas. Wasim explica que essa fake news data da década de 70. “Quando a gente produz uma vacina, é preciso cultivar o vírus que será utilizado nela. Vírus precisam de células para se replicar e uma dessas células utilizadas é a hek293, que é derivada de células renais de um feto abortado na década de 70. Essas células tiveram seu DNA modificado para não morrerem nem envelhecerem e, a partir delas, foram feitos clones. Portanto não é a mesma célula, são clones dela. Vacinas não são produzidas com células de fetos abortados, não contêm células de fetos abortados e você não vai abortar se tomar vacina”, afirma ele.

Nathália destaca que o uso de células em laboratório precisa ser desmistificado. “Essas células são só uma ferramenta que a gente utiliza, respeitando todas as questões éticas – e existem muitas questões éticas quando se trabalha com células humanas, de animais ou mesmo com os próprios animais em laboratório”, ressalta ela.

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USP Analisa
O USP Analisa Vai ao ar pela Rádio USP quinzenalmente às sextas-feiras, às 16h:45, e também está disponível nos principais agregadores de podcast. O programa é uma produção conjunta da Rádio USP Ribeirão Preto (107,9 MHz) e do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP. Apresentação e edição: Thaís Cardoso. Produção: João Henrique Rafael Junior. 

 

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