Mosaicos Culturais #36: Chico Buarque e a desumanização da infância na canção O meu guri

Por Magaly Prado
Francisco Buarque de Hollanda, mais conhecido como Chico Buarque, é cantor, compositor, violonista, dramaturgo, escritor e ator. É considerado o maior artista vivo da música brasileira. Sua discografia conta com aproximadamente oitenta obras, entre discos solo, parcerias e compactos.

A canção O meu guri, composta por Chico Buarque em 1981, durante o regime militar, foi lançada inicialmente na voz de sua irmã Cristina Buarque no álbum Cristina (1981). Posteriormente, foi incluída pelo próprio compositor no álbum Almanaque (1981). A interpretação de Elza Soares (1930 – 2022) elevou a canção a um novo patamar de reconhecimento.

“Olha aí! Olha aí!”
O meu guri, uma espécie de microconto, faz uma análise crítica da sociedade ao abordar desigualdades sociais, violência urbana e a brutalidade cotidiana.

Meninar, Tornar-se Menino
“Eu consolo ele, ele me consola / Boto ele no colo pra ele me ninar”.

Enquanto ouvia O meu Guri, Anderson Bernardes, estudante de Música da USP, participou da enquete do programa Mosaicos Culturais, da Rádio USP. Anderson destaca que a letra é profundamente tocante e aborda as dificuldades enfrentadas por uma mãe preta na criação de seu filho na periferia. A mãe sugere que o jovem, ainda na adolescência ou pré-adolescência, acaba sendo tragado pelo mundo do crime.

Ouça o podcast no link acima.

O programa celebra a diversidade cultural, a riqueza da música brasileira e cria um senso de comunidade. O objetivo é dar voz aos estudantes da USP por meio de entrevistas sobre gostos e percepções musicais. Este podcast reproduz a experiência de escuta no programa Mosaicos Culturais – Ouça o Que os Estudantes Ouvem, transmitido nos dias 3 e 4 de junho de 2024.