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O Ambiente é o Meio desta semana entrevista a bióloga Gabriela Santos sobre a regeneração de áreas degradadas do Cerrado. Durante a pesquisa de seu doutorado (em Fisiologia Bioquímica de Plantas pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP em Piracicaba), Gabriela descobriu que a regeneração das plantas nativas do bioma se dá através de sistemas subterrâneos.
A pesquisadora conta que o Cerrado vai além de um bioma pela composição variada de formações vegetais, que o tornam um ambiente riquíssimo em biodiversidade, nomeando-o como um “domínio complexo” com diversas espécies endêmicas tanto de plantas quanto de animais. No entanto, Gabriela destaca que a região tem sido fortemente desmatada para o cultivo de espécies comerciais, como soja e pinus, levando à perda significativa de sua vegetação nativa.
Focada na recuperação natural das espécies nativas do Cerrado em áreas anteriormente ocupadas por plantações de pinus, a pesquisa descobriu que mesmo após décadas de cultivo, em uma área na Estação Ecológica de Santa Bárbara (Águas de Santa Bárbara-SP), as plantas nativas conseguiram sobreviver e regenerar-se após a remoção da monocultura. “Elas sobrevivem há anos de cultivo de pinus sem a chance de emitir os órgãos aéreos, apenas com o sistema subterrâneo”, conta.
A preservação de áreas naturais, como unidades de conservação e reservas legais, pode ser fundamental para garantir a recuperação e a manutenção desse ecossistema, de acordo com Gabriela. Além disso, acrescenta, políticas públicas que promovam práticas agrícolas sustentáveis e a redução do desmatamento são essenciais para proteger as espécies.