Terror e comédia se misturam na nova mostra do Cinema da USP

“Morrendo de Rir” apresenta 15 filmes do gênero “terrir” e maratona da trilogia “Uma Noite Alucinante”

 13/11/2023 - Publicado há 6 meses
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Banner da mostra Morrendo de Rir, do Cinema da USP Paulo Emilio (Cinusp) - Foto: Reprodução/Cinusp

Até 3 de dezembro, 15 filmes buscarão fazer o público tremer de medo e, ao mesmo tempo, gargalhar com a mostra Morrendo de Rir, promovida pelo Cinema da USP Paulo Emilio (Cinusp). Desta vez, o destaque é o gênero “terrir”, que mistura terror e comédia. As sessões são grátis e ocorrem nas salas do Cinusp na Cidade Universitária e no Centro MariAntonia da USP. A programação completa do evento está disponível no site do Cinusp.

A abertura da mostra é com O Que Fazemos Nas Sombras (2014), filme que tem a direção de Jemaine Clement e Taika Waititi, também integrantes do elenco principal. O mocumentário – documentário fictício e satírico – acompanha o cotidiano de um grupo de vampiros que mora em uma casa no subúrbio da Nova Zelândia. Vivos há séculos, os vampiros sobrevivem buscando por sangue humano e tendo que lidar com a luz solar, ao mesmo tempo em que tentam se adaptar ao mundo contemporâneo.

Morrendo de Rir traz alguns filmes que são sucesso de bilheteria e famosos na cultura popular. É o caso de Pânico (1996), precursor de uma franquia que rendeu outras cinco continuações – e até uma série de televisão –, sendo a mais recente lançada neste ano. A franquia já abriu espaço para o sétimo filme, que está em fase de produção. Com direção de Wes Craven, o clássico slasher Pânico traz os mistérios envolvendo os assassinatos da cidade de Woodsboro em uma trama repleta de metalinguagens e clichês do gênero.

A trama de serial killer aparece no iugoslavo O Duelo (1984), do diretor Slobodan Šijan. A obra expõe, por meio de um estrangulador de mulheres, uma ironia crítica à misoginia, à impulsividade violenta masculina e ao modo com que a mídia e a sociedade lidam com crimes dessa natureza.

Outra famosa franquia integra a programação da mostra: a trilogia Uma Noite Alucinante, dirigida por Sam Raimi, que será exibida na Maratona Um Noitão Alucinante. O sucesso da história de perseguição de forças malignas devido à abertura do Necromonicon, “o livro dos mortos”, não se ateve aos três filmes que poderão ser assistidos em sequência na maratona. A saga conta também com um reboot lançado 20 anos após o filme original, além de uma série com três temporadas, um jogo de videogame e um quinto filme, lançado em 2023.

Em Garota Infernal (2009), da diretora Karyn Kusama, Megan Fox subverte seu sex appeal ao interpretar uma líder de torcida que é possuída por um demônio e passa a se alimentar da carne humana de garotos. À época de seu lançamento, o filme foi considerado um fracasso por distanciar a atriz das fantasias masculinas. Hoje, ganhou um status cult e reconhecimento dentro do gênero.

Mas não são só as sátiras aos elementos clássicos do terror que compõem a mostra. A produção japonesa A Felicidade dos Katakuris (2001), do diretor Takashi Miike, extrapola as características do “terrir” ao focar no absurdo das situações enfrentadas por uma família que abre uma hospedaria ao se mudar para as montanhas. O longa também explora diferentes técnicas, como a animação stop-motion, colagens e musicais.

Narrativas clássicas também são referenciadas em algumas das obras. A Pequena Loja dos Horrores (1986), que tem direção de Frank Oz, é a adaptação cinematográfica do musical off-Broadway – peças apresentadas em teatros menores de Nova York – inspirado pela tragédia de Fausto e que traz a figura do diabo por meio da assustadora planta carnívora Audrey.

Em O Jovem Frankenstein (1974), o diretor premiado Mel Brooks lembra o clássico conto do cientista e do monstro com a história do neto de Frankenstein, que, para reivindicar sua herança, viaja até a Transilvânia. Já em O Pequeno Otik (2000), de Jan Švankmajer, o folclore tcheco é referenciado a partir da adaptação do conto infantil Otesánek. A história conta como uma mulher que não consegue ter filhos enlouquece e passa a acreditar que um tronco de árvore – que, no filme, ganha vida através da técnica de stop-motion – é o seu bebê.

A participação de obras nacionais na mostra se dá através do pioneiro do “terrir” no Brasil Ivan Cardoso, com o longa O Segredo da Múmia (1982). Ele também remete ao conto de Frankenstein ao narrar a relação entre um cientista e uma múmia que ganha vida graças aos seus experimentos.

Serão exibidas, ainda, sessões do japonês Hausu (1977), do diretor Nobuhiko Obayashi, do espanhol O Dia da Besta (1995), de Álex de la Iglesia, e do estadunidense O Fantasma do Paraíso (1974), de Brian De Palma.

Confira o teaser da mostra neste link.

A mostra Morrendo de Rir, do Cinema da USP Paulo Emilio (Cinusp), fica em cartaz até 3 de dezembro, de segunda a sexta-feira, às 16 e às 19 horas, na Sala Paulo Emilio, no Centro Cultural Camargo Guarnieri (Rua do Anfiteatro, 109, Cidade Universitária, em São Paulo), e aos sábados e domingos, às 16 e às 18 horas, no Centro Universitário Maria Antonia (Rua Maria Antonia, 258, na Vila Buarque, região central de São Paulo, próximo às estações Santa Cecília e Higienópolis-Mackenzie do Metrô), entrada grátis. Mais informações e a programação completa da mostra estão disponíveis no site do Cinusp.


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