A mostra Casa dos Prazeres, do Cinema da USP Paulo Emilio (Cinusp), fica em cartaz até 15 de outubro, de segunda a sexta-feira, às 16 e às 19 horas, na Sala Paulo Emilio, no Centro Cultural Camargo Guarnieri (Rua do Anfiteatro, 109, Cidade Universitária, em São Paulo), e aos sábados e domingos, às 16 e às 18 horas, no Centro Universitário Maria Antonia (Rua Maria Antonia, 258/294, na Vila Buarque, região central de São Paulo, próximo às estações Santa Cecília e Higienópolis-Mackenzie do Metrô), Entrada grátis. Mais informações e a programação completa da mostra estão disponíveis no site do Cinusp.
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Nova mostra do Cinema da USP destaca a temática sexual
Em cartaz até 15 de outubro, “Casa dos Prazeres” apresenta 13 filmes que retratam a prostituição no cinema
Cinema da USP Paulo Emilio (Cinusp) exibe nova mostra, que fica em cartaz até 15 de outubro - Foto: Divulgação/Cinusp
Cinusp tem nova mostra em cartaz até o dia 15 de outubro. Cartaz de divulgação da mostra - Imagem: Divulgação/Cinusp
Até 15 de outubro, o Cinema da USP Paulo EmIlio (Cinusp) apresenta a mostra Casa dos Prazeres, que vai exibir 13 obras que mostram como o cinema, ao longo da história e ao redor do mundo, aborda a relação entre trabalho, sexo e prostituição. “Diante das câmeras e nas salas de cinema de muitos países, em diferentes épocas, o trabalho se uniu ao sexo e produziu um rico centro de conflitos éticos, econômicos e morais, que reverbera em um conjunto de filmes, carreiras e intenso debates políticos”, escreve a curadoria na apresentação da mostra.
“A disposição deste trabalho ao longo de lendas, mitos, centros urbanos e periferias, no coração ou nas margens da civilização – e do que se julga civilizado -, foi e continua sendo uma das grandes provocações ao olhar crítico de artistas e teóricos engajados com o social”, completam. É o caso de Mamma Roma (1962), de Pier Paolo Pasolini. O retrato de uma mulher que tenta se desvencilhar do seu passado com a prostituição, ao mesmo passo que tenta restabelecer a relação com seu filho e a sua posição na sociedade, expõe dramas sociais nesta obra do neorrealismo italiano.
O cotidiano e a atmosfera dos bordéis de luxo também são um destaque da mostra. Em L’Apollonide: Os Amores da Casa de Tolerância (2011), um bordel parisiense de alta classe na virada do século 20 é retratado como um ambiente sombrio e sufocante, onde a companhia das mulheres entre si é o único refúgio.
Dá continuidade às produções francesas A Bela da Tarde (1967), de Luis Buñuel. Recém-casada e infeliz aos 23 anos, Séverine decide manter uma vida dupla escondida de seu marido, prostituindo-se das 14 às 17 horas. Com um enredo similar, ao menos à primeira vista, Jean-Luc Godard cria em Viver A Vida (1962) Nana, uma jovem parisiense que, frustrada com o casamento e com as tentativas vãs de se tornar uma atriz famosa, recai no mundo da prostituição.
O cinema asiático marca forte presença na mostra com quatro longas-metragens. Rua da Vergonha (1956) e Flores de Xangai (1998), de Kenji Mizoguchi e Hou Hsiao-hsien, respectivamente, focam a construção minuciosa das personagens que trabalham em bordéis japoneses, tanto no contexto da década de 1950 como na segunda metade do século 19.
Já Funeral das Rosas (1969), adaptação atualizada de Édipo Rei do diretor Toshio Matsumoto, é uma viagem pelo submundo de Tóquio no fim dos anos 1960, período de efervescência do rock n’ roll, do universo queer, da revolução sexual e da ruptura com o cinema narrativo clássico. O homoerotismo também é tema de Macho Dancer (1988), de Lino Brocka. Nessa obra filipina, a prostituição masculina, a indústria pornográfica e a desigualdade social são os motes.
A sessão conta, ainda, com a exibição do longa A Opção, ou As Rosas da Estrada (1981), de Ozualdo Ribeiro Candeias, que acompanha a trajetória de lavradoras de cana que, cansadas das condições de trabalho e de relacionamentos abusivos a que são submetidas, passam a se prostituir na Boca do Lixo.
As obras estadunidenses As Profissionais do Sonho (1986), de Lizzie Borden, O Expresso de Xangai (1932), de Josef von Sternberg, e Tangerina (2015), de Sean Baker, e a francesa Rosa La Rose, Garota de Programa (1986), de Paul Vecchiali, completam a programação.
Além dos 13 longas-metragens, o Cinusp vai promover, nesta sexta-feira, dia 6, às 19 horas, no Centro Cultural Camargo Guarnieri, como parte integrante da mostra, um debate com a presença de Cida Aidar e Maria Inês Nunes de Castilho, diretoras do curta-metragem Mulheres da Boca (1982). No filme, cuja exibição antecederá o debate, Aidar e Castilho documentam o cotidiano de mulheres que se prostituíam na chamada Boca do Lixo, na região central da cidade de São Paulo.
*Estagiária sob supervisão de
**Estagiária sob supervisão de Moisés Dorado
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