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O setor energético desempenha um papel crucial no desenvolvimento socioeconômico de um país e no estilo de vida de sua população. Comparar o consumo médio de energia elétrica por habitante torna-se um indicador importante de desenvolvimento e qualidade de vida populacional. No Brasil, o consumo médio de energia elétrica por pessoa tem experimentado um aumento constante nas últimas décadas. Nos anos de 2013 a 2022, por exemplo, o País viu esse valor aumentar de 463 TWh (terawatt-hora) para 509 TWh, com apenas dois períodos de decréscimo de consumo, de 2014 a 2016, e durante a pandemia de covid-19, em 2020.
Esse crescimento da demanda foi impulsionado pelo aumento da população, urbanização, industrialização e maior acesso a bens de consumo. O Brasil é rico em recursos naturais, o que proporciona uma matriz energética diversificada, incluindo hidrelétricas, termelétricas e fontes renováveis.
Entretanto, desigualdades socioeconômicas resultam em disparidades no consumo, com áreas urbanas geralmente consumindo mais energia do que áreas rurais. O consumo de energia não depende apenas da disponibilidade de fontes primárias, mas também de toda uma infraestrutura de distribuição e serviços, que deve ser eficiente.
No ranking global de consumo, o Brasil ocupa a sexta posição, atrás da China, Estados Unidos, Índia, Rússia e Japão, respectivamente. Já no consumo médio de energia por pessoa, no contexto global, observa-se uma ampla variação. Países altamente industrializados, como Estados Unidos, Canadá e nações da União Europeia, tendem a apresentar um consumo per capita significativamente maior devido ao estilo de vida moderno e às necessidades industriais. Por outro lado, nações em desenvolvimento ou com populações menores frequentemente apresentam um consumo mais baixo.
Nesse sentido, quando comparado a muitos países desenvolvidos, o consumo médio de energia elétrica por pessoa no Brasil ainda é relativamente baixo. No ano de 2022, o consumo médio per capita brasileiro foi de 2.362 kWh/hab, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em contraste com, por exemplo, 12.154 kWh nos Estados Unidos e 5.885 kWh na China, mas estando à frente da Índia, com 936 kWh.
Isso ocorre porque as nações mais industrializadas frequentemente têm acesso a tecnologias intensivas em consumo energético e um maior número de dispositivos elétricos por residência. Mesmo dentro dos países, existem desigualdades na distribuição. No Brasil, por exemplo, o Estado do Maranhão apresenta um consumo per capita de 1.082 kWh/hab, enquanto o Estado de Santa Catarina possui 3.593 kWh/hab, conforme dados de 2022.
A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que produziu este episódio com Murilo Miceno Frigo, discente de doutorado e professor do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul. A coprodução é de Ferraz Junior e edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9 pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.