O reitor Vahan Agopyan foi condecorado com a insígnia de Cavaleiro da Legião de Honra, a mais alta honraria do governo francês, por seu comprometimento em prol da internacionalização e por seu apoio contínuo às cooperações universitárias e científicas. A cerimônia foi realizada no dia 2 de dezembro, na residência consular francesa, em São Paulo.
A Ordem Nacional da Legião de Honra foi instituída em 20 de maio de 1802, por Napoleão Bonaparte. As embaixadas francesas ao redor do mundo indicam nomes que passam pela avaliação do conselho da condecoração, nomeado pelo presidente da França.
“Para um cidadão francês, essa condecoração é um enorme reconhecimento de suas atividades; para um estrangeiro e imigrante como eu, é a realização de um sonho, até então considerado impossível”, afirmou o reitor, visivelmente emocionado.
Em seu discurso, Agopyan falou sobre os laços históricos que unem a USP e a França. “O relacionamento da França com a Universidade vem desde antes de sua constituição. A primeira instituição de ensino superior do País, a então Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais de São Paulo, de 1827, a atual Faculdade de Direito da USP, teve forte influência franco-lusitana. A segunda instituição no Estado, a Escola Politécnica, de 1893, leva a inspiração francesa no próprio nome. De fato, a contribuição francesa na consolidação da USP foi muito forte desde o seu estabelecimento em 1934. Do grupo de mais de 30 jovens cientistas europeus que vieram a São Paulo a partir de 1935, 15 eram franceses, e a língua francesa era a empregada nas aulas iniciais”, destacou.
O reitor também citou a criação do programa de duplo diploma entre a Poli e as instituições francesas, quando era vice-diretor da unidade, em 2000. “Em 2010, o Adnei [Melges de Andrade] e eu fomos atuar na Reitoria da USP e levamos essa iniciativa para toda a Universidade. Hoje, a França é a nossa maior parceira internacional e o principal destino de intercâmbio de alunos de graduação. A França continua colaborando para o fortalecimento e o aprimoramento do ensino superior no Brasil e a USP tem sido uma das parceiras estratégicas e preferenciais das instituições francesas, o que muito nos honra”, ressaltou.
A embaixadora da França no Brasil, Brigitte Collet, lembrou a trajetória acadêmica e profissional de Agopyan na Universidade. “Preocupado com a defesa da independência universitária e do ensino de humanidades, mantém firme a roda do leme deste grande navio que é a USP, mesmo diante das tempestades trazidas pela pandemia e pelos ataques à ciência”, considerou. “Somos particularmente gratos por ter defendido arduamente, em cada um dos cargos de responsabilidade que ocupou, a internacionalização, a mobilidade estudantil e as iniciativas de cooperação internacional, especialmente com a França”, disse.
O evento contou com a presença de dirigentes da Universidade, professores da Poli, além das autoridades consulares, dentre eles, o cônsul-geral da França em São Paulo, Yves Teyssier d’Orfeuil.