Uma rede de fibra óptica de alta velocidade, lançada no último dia 29 de setembro, permitirá a conexão das universidades paulistas entre si e com instituições do exterior para compartilhamento de dados científicos, materiais didáticos e processamento computacional de alto desempenho e poderá servir como um ambiente multiusuário para pesquisa na área de engenharia e de computação.
Batizada de Backbone SP, a rede interligará a USP, a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade Presbiteriana Mackenzie, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), além das universidades federais de São Paulo (Unifesp), de São Carlos (UFSCar) e do ABC (UFABC).
“A Rede ANSP, criada em 1988 pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para atender às três universidades estaduais paulistas [USP, Unesp e Unicamp], rapidamente abriu caminho para a internet no Brasil. Até 2020, foram aportados US$ 125 milhões para a gestão dela”, afirmou o presidente da Fapesp e ex-reitor da USP, Marco Antonio Zago, na abertura da cerimônia que marcou o lançamento da rede.
O Backbone SP interligará as oito universidades paulistas a uma velocidade de 100 Gigabits por segundo (Gbps), que é mais do que suficiente para atender à demanda atual dessas instituições de pesquisa, mas é escalável e pode ser aumentada de acordo com a necessidade.
De acordo com o coordenador da Rednesp (Research and Education Network at São Paulo, antiga Rede ANSP) e superintendente de Tecnologia da Informação (STI) da USP, João Eduardo Ferreira, o Backbone SP também será a espinha dorsal para conexão das universidades paulistas às redes acadêmicas internacionais, feita por meio de cabos submarinos localizados nos oceanos Atlântico e Pacífico. Além desses dois cabos foi contratado um terceiro para assegurar a conexão em caso de eventuais problemas nos dois links internacionais.
Por meio desses links, a Rednesp está vinculada às redes acadêmicas internacionais, como a Americas Africa Lightpaths (AmLight) e a RedCLARA, da América Latina. “Estamos pareados agora, do ponto de vista de capacidade de transmissão, com os backbones internacionais”, destacou Ferreira.
Infovia para redes privadas 5G
O Backbone SP também está preparado para viabilizar conexões de iniciativas das universidades paulistas que demandem maior largura de banda, como redes 5G privadas.
Baseado em tráfego de dados, o padrão de tecnologia de quinta geração para redes móveis e de banda larga está possibilitando o surgimento de redes privadas para interligação de diversos dispositivos baseados em internet das coisas (IoT, na sigla em inglês).
“O que estamos propondo como próximo passo é que o Backbone SP sirva como uma infovia para trocar dados das redes 5G privadas, que, apesar de fechadas entre si, precisam se comunicar e interligar todos esses dispositivos de conectividade das universidades como alternativa à infraestrutura de comunicação de longa distância disponibilizada pelas operadoras”, disse Ferreira.
A fim de demonstrar a viabilidade da ideia, os pesquisadores da Rednesp, em parceria com a empresa Nokia, fizeram uma demonstração do funcionamento de uma rede privada 5G.
“Além de permitir aumentar a eficiência na troca de dados científicos, materiais didáticos e processamento de alto desempenho, o Backbone SP também será um ecossistema de conectividade”, avaliou Ferreira.
(Com informações da Agência Fapesp)