O Conselho Universitário realizou, no dia 25 de abril, uma sessão temática para discutir a graduação na Universidade. Esta foi a primeira de uma série de reuniões, que serão realizadas ao longo do ano, em que se pretende debater os indicadores e os temas relevantes relacionados a cada uma das cinco Pró-Reitorias da Universidade – Graduação, Pós-Graduação, Cultura e Extensão Universitária, Pesquisa e Inovação e Inclusão e Pertencimento.
“O que queremos é que essa discussão seja aprofundada, não se restrinja a deliberações, como estamos habituados no Conselho Universitário, mas que tenhamos a oportunidade de discutir temas relevantes relacionados às atividades-fim da Universidade”, explicou o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, no início da reunião, que também contou com a participação dos membros do Conselho de Graduação.
“A graduação é a área pela qual somos reconhecidos pela sociedade. É responsável por grandes avanços que tivemos na sociedade em função dos profissionais de excelência que formamos anualmente”, ressaltou o reitor. “Devemos repensar muitos aspectos da graduação. O mundo do trabalho está passando por modificações radicais, muitas profissões estão sendo criadas. É importante que tenhamos profissionais formados com qualidade, com capacidade para se atualizarem, se modernizarem e se adaptarem rapidamente a essa realidade”, afirmou.
Atualmente, a USP oferece 148 cursos de graduação e 109 carreiras em todas as áreas do conhecimento. Segundo dados do Anuário Estatístico, a Universidade conta com mais de 60 mil alunos matriculados.
Vestibular paulista
Na sessão, o reitor mencionou a proposta do “vestibular paulista”, que consistiria em uma nova modalidade de ingresso na USP, na Universidade Estadual Paulista (Unesp) e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para estudantes oriundos de escolas públicas.
Segundo ele, o modelo prevê a realização de uma avaliação seriada junto aos alunos do primeiro, do segundo e do terceiro anos do ensino médio público paulista. Os alunos ingressantes nas universidades receberiam bolsas financiadas pela Secretaria Estadual da Educação para se manterem durante todo o curso.
Segundo Carlotti, esse novo modelo, se implantado, permitirá uma maior aproximação com a escola pública paulista e a oportunidade de conhecer o aluno com potencial de entrar na universidade desde o primeiro ano do ensino médio. “Essa proposta deve ser discutida e aprovada nos âmbitos das comissões colegiadas da Universidade e do Conselho Universitário, mas gostaria que os conselheiros pensassem nesse projeto”, afirmou.
Temas relevantes
O pró-reitor de Graduação, Aluisio Augusto Cotrim Segurado, e o pró-reitor adjunto, Marcos Garcia Neira, foram os responsáveis pelas apresentações e pela condução das discussões durante a sessão temática.
Os dirigentes apresentaram uma “radiografia” da graduação na USP e falaram sobre o processo de ingresso dos novos estudantes em 2023. Temas como evasão dos cursos, integração curricular, incorporação de novas tecnologias, curricularização da extensão, internacionalização dos cursos e formação de professores foram contemplados nos debates.
De acordo com Segurado, a partir dessa reunião, relatórios individualizados, com os indicadores dos cursos, serão enviados às Unidades de Ensino e Pesquisa, e a proposta é que sejam promovidas discussões internas sobre o ensino de graduação.