Centro de Investigação Científica de Angola firma parceria com a USP para formação de docentes

A iniciativa tem como meta selecionar 122 docentes e pesquisadores de universidades públicas angolanas para completarem a formação em pós-graduação na USP

 26/04/2023 – Publicado há 12 meses

A cerimônia de assinatura do convênio foi realizada no dia 26 de abril, na Reitoria da USP – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O Centro Nacional de Investigação Científica (CNIC) de Angola formalizou nesta quarta-feira, dia 26 de abril, uma parceria com a USP para a formação em pós-graduação de docentes e pesquisadores de universidades públicas angolanas. A iniciativa faz parte da estratégia do país africano de reforçar a formação de seus professores, com o objetivo de diversificar a economia por meio da inovação científica e tecnológica.

“Nós, angolanos, achamos por bem capacitar nossos investigadores para que eles possam mudar de categoria, aprimorar sua formação e, em um futuro próximo, possam ser capazes de responder às necessidades de nosso país. Agradecemos à USP por aceitar fazer parte dessa cooperação”,

Um edital aberto pelo Projeto de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia, em execução pelo Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação angolano, já está selecionando os docentes e pesquisadores para realizar os cursos de pós-graduação. Ao todo, são 122 bolsas, sendo 80 para cursos de mestrado, 31 para doutorado e 11 para pós-doutorado. É obrigatório que os aprovados retornem a Angola depois da formação e continuem a trabalhar na instituição de origem por, pelo menos, cinco anos.

“Essa parceria é importante para a USP por vários motivos. Primeiro, porque estabelece uma cooperação preferencial com um país irmão, que fala a mesma língua que nós. Segundo, porque os pesquisadores angolanos trarão um pouco de suas culturas, suas experiências de vida, e poderão estabelecer uma colaboração mais profunda e duradoura com nossos pesquisadores. Por fim, ela também estabelece uma parceria sul-sul, que é uma política de cooperação com países semelhantes, que enfrentam os mesmos desafios, tanto da América do Sul quanto da África”,

Os docentes aprovados receberão bolsas de estudo para cobrir o custo de vida durante o curso e as passagens aéreas. As bolsas de mestrado têm o valor de US$ 800 mensais e duração máxima de 2 anos; as bolsas de doutorado têm o valor de US$ 1.100 e duração máxima de 4 anos; e as bolsas de pós-doutorado têm o valor de US$ 1.700 e duração máxima de 1 ano.

Os pesquisadores devem ser das áreas de agronegócio, meio ambiente, biotecnologia, energia, engenharia mecatrônica, petróleo, nanotecnologia, pesca, recursos hídricos, recursos minerais, saúde, telecomunicação e tecnologia da informação. Apesar de os orientadores serem da USP, é recomendada a indicação de um co-orientador angolano.

Para o pró-reitor de Pós-Graduação, Marcio de Castro Silva Filho, “esse é um momento histórico, porque define o papel que a USP terá na formação da educação superior de Angola, reduzindo a distância entre os dois países e estabelecendo uma relação longa e frutífera”.

Participaram da solenidade dirigentes da Universidade e representantes do governo angolano – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A diretora-geral do Centro Nacional de Investigação Científica de Angola, Sandra Afonso, e o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A iniciativa enviará 122 docentes de universidades públicas angolanas para completarem a formação em pós-graduação na USP – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Investimento em pesquisa

A iniciativa integra o Projeto de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia, em execução pelo Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação do governo angolano  financiado por um empréstimo de US$ 90 milhões do Banco Africano de Desenvolvimento e em US$ 10 milhões de recursos próprios do Governo de Angola – com o objetivo de investir em ações voltadas para a diversificação da economia através da inovação científica e tecnológica.

Além da USP, o CNIC também firmou parceria com a Universidade de Lisboa (Portugal), que já conta com 33 docentes e pesquisadores angolanos.

Também estavam presentes na cerimônia o pró-reitor de Pesquisa e Inovação, Paulo Alberto Nussenzveig; o pró-reitor adjunto de Pós-Graduação, Niels Olsen Saraiva Câmara; a assessora da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Carolina Demarchi Munhoz; o coordenador do Projecto de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia, Ricardo Queirós; a assistente de Monitoria e Avaliação do PDCT, Sara Cunha; o chefe do Departamento da Área Jurídica do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola, Adilson Rodrigues; e o vice-cônsul de Angola em São Paulo, Bernardo Francisco.


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