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Os sete primeiros pilares do conhecimento

O início da USP se baseia em sete faculdades criadoras: as históricas Direito, Politécnica, Agricultura de Piracicaba, Medicina, Odontologia e Medicina Veterinária – e a de Filosofia, Ciências e Letras, inaugurada em 1934 junto com a Universidade

 12/01/2024 - Publicado há 4 meses     Atualizado: 23/01/2024 as 11:12

Por Redação

Quando foi fundada em 1934, a Universidade de São Paulo se estabeleceu principalmente sobre sete pilares – quatro deles históricos, como a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (criada em 1827), a Escola Politécnica (1893), a Escola de Agricultura de Piracicaba (1901), que se tornaria a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, a Faculdade de Medicina Veterinária (1919), a Faculdade de Odontologia (1900) e a Faculdade de Medicina (fundada em 1912). Um oitavo pilar foi criado justamente pensando na nova universidade: a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) que, desmembrada e renomeada em finais dos anos 1960, daria lugar à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e a várias outras unidades, como o Instituto de Física e o Instituto de Química.

Estas faculdades iniciais são a base da USP como a conhecemos hoje, nove décadas depois. E suas histórias precisam ser sempre relembradas. Por mais que alguns livros sobre essas unidades não sejam fáceis de se encontrar, merecem o destaque devido.

Arcadas: história da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (1827-1997), de Ana Luíza Martins e Heloísa Barbuy. Ed. Melhoramentos, 341 pág. 

A criação dos cursos jurídicos no Brasil possibilitou o surgimento da Academia de Direito de São Paulo (atual Faculdade de Direito da USP, mais conhecida como São Francisco) e o Curso Jurídico de Olinda (PE), ambos de 1827. O grande ideal da Faculdade de Direito da USP pode ser resumido numa expressão: liberdade autêntica, segundo afirmou certa vez o jurista Goffredo da Silva Telles. Um ideal  que é constatado pelas historiadoras que escreveram este livro. “A São Francisco foi criada dentro de um espírito humanístico para formar quadros para dirigir o país que estava se constituindo após a Independência (1822)”, diz Ana Luiza Martins, uma das autoras da obra.

Ruy Barbosa, Joaquim Nabuco, Castro Alves, Oswald de Andrade, José de Alencar e Ulysses Guimarães são apenas algumas das personalidades que passaram pela São Francisco. Guardadas as diferenças de área de atuação e linha de pensamento, todos se sobressaíram pela defesa dos direitos humanos ou da livre expressão e por terem desempenhado um papel relevante na história brasileira dos séculos 19 e 20. De todos os presidentes da República até 1930, apenas dois não foram alunos da São Francisco.

Escola Politécnica da USP – 120 anos. s/a. Riemma Editora, 174 pág.

O livro, de 2014, conta a história dos 120 anos da Escola Politécnica da USP, e sua importância não só para a engenharia, como também na formação de pessoas que alcançaram os mais altos cargos nos Poderes Executivos do país. O objetivo é registrar o impacto social, histórico e urbanístico que as obras e projetos idealizados por engenheiros formados pela POLI/USP trouxeram para a construção do Brasil.

(PDF disponível em https://riemmaeditora.com.br/produto/escola-politecnica-da-usp-120-anos/)

Os passos do saber –  A Escola Agrícola Prática Luiz de Queiroz, de Marly Therezinha Germano Perecin. Edusp, 396 pág.

Este livro recupera a trajetória de um dos mais importantes centros de pesquisa e formação de profissionais do setor agronômico brasileiro: a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba. Por meio de uma vasta pesquisa histórica, a autora recupera transformações políticas e econômicas ocorridas na virada do século 19 e que provocaram mudanças em todo o sistema de produção econômico e também no equilíbrio político brasileiro. As inovações exigiram mudanças e uma das respostas da elite e do governo paulista foi a criação da Esalq. Analisando a criação da Escola, Marly Therezinha Germano Perecin revela ainda os debates que definiram os rumos pedagógicos da Esalq nos primeiros anos e ajudaram-na a transformar-se no centro de excelência que é.

(PDF disponível em https://www.livrosabertos.edusp.usp.br/edusp/catalog/book/30

A Faculdade de Medicina e a USP, de Carlos da Silva Lacaz e Berta Ricardo de Mazzieri. Edusp, 168 pág. 

Neste livro, lançado originalmente em 1995, os autores discorrem sobre a participação da Faculdade de Medicina no processo de implantação da Universidade de São Paulo, resgatando o papel desempenhado por professores e ex-alunos não só na fundação de institutos e departamentos, mas também na defesa dos ideais universitários. Desde sua criação, a faculdade formou e vem formando diversos profissionais de destaque no campo médico e científico. A Faculdade de Medicina e a USP representa uma importante contribuição à memória da Universidade de São Paulo, ao refletir sobre os valores democráticos que nortearam sua fundação e que alimentaram o entrosamento e a solidariedade entre as diferentes áreas do saber.

Sobre os Primórdios da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, org. Walnice Nogueira Galvão. Edusp, 160 pág.ecin. Edusp, 396 pág.

A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) foi fundada em 1934, junto com a Universidade de São Paulo (USP), na época com o nome de Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) – que mudou com a reforma universitária de 1969. Os primeiros anos da história da instituição são contados neste livro, organizado pela professora emérita da FFLCH Walnice Nogueira Galvão. Aqui são apresentados depoimentos, entrevistas e conferências sobre a criação da então FFCL. As entrevistas com Paul Arbousse-Bastide, Mário Schenberg, Florestan Fernandes, Ruy Coelho, Gilda de Mello e Souza e Fernando Henrique Cardoso, bem como os depoimentos de Candido Silva Dias, Antonio Candido e Michel Butor, relembram os anos iniciais da faculdade, que reunia filosofia, sociologia, psicologia, mas também física, química, biologia, geografia, matemática e afins. O conjunto dos textos destaca o papel dos professores visitantes franceses, alemães e italianos na formação da nova instituição, enquanto reflete sobre as modificações na Universidade, no ensino e na pesquisa no Brasil. 

Outros livros que contam a longa trajetória da Universidade e de várias de suas unidades


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