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A Biblioteca da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e o Departamento Técnico do Sistema Integrado de Bibliotecas (Sibi) da USP lançaram uma nova interface para consulta de um enorme acervo musical. A partir de junho, cerca de 20 mil partituras estão disponíveis para pesquisa no maior software de buscas uspiano — o Dedalus.
O catálogo de partituras existe desde 1968, primeiramente de maneira física e, com a evolução tecnológica, por meio de um programa digital desenvolvido de maneira independente. Em 1996, a USP adquiriu o Dedalus, tecnologia pertencente ao software Aleph, responsável por padronizar buscas dentre as mais de 40 bibliotecas de domínio da USP — integrando catálogos individuais, automatizados e outros métodos de pesquisas.
A partir do Dedalus, houve um trabalho para que os documentos isolados em cada biblioteca da Universidade incorporassem esse sistema. A ECA entrou com um pedido ao sistema para que os catálogos locais fossem incorporados ao software. No entanto, as partituras possuíam características distintas quanto à descrição do material — não se falava em autores, mas sim em compositores. Tal fato dificultou a migração. Os responsáveis, até então, estavam desacostumados com esse material específico, fazendo com que tais partituras não fossem migradas para o Dedalus naquela época — fato que se protelou por mais de 20 anos.
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Em 2015, com uma mudança de equipes no Sibi e na ECA, os responsáveis pela Escola de Comunicações e Artes entraram com um novo pedido de migração. Aproveitando-se de um novo perfil e outras políticas de trabalhos — em que a inserção dos dados era feita de forma colaborativa —, a proposta finalmente saiu do papel.
Em pouco menos de dois anos de trabalhos, várias etapas sobre o conteúdo do banco de dados foram finalizadas para, efetivamente, concluir a migração. A ação perdurou muito por conta dos formatos de descrição distintos entre a Base de Acordes e os padrões requeridos pelo Dedalus.
Conteúdo
O acervo de partituras da ECA é composto principalmente de música erudita — conhecida também como música clássica. Boa parte da Base de Acordes é formada por compositores internacionais, como Johann Sebastian Bach e Ludwig van Beethoven. No entanto, o destaque fica por conta da presença dos grandes músicos nacionais: Henrique Oswald, Fructuoso Vianna, Fúrio Franceschini, Osvaldo Lacerda e Gilberto Mendes.
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Partituras de compositores internacionais renomados estão presentes em diversos bancos de dados ao redor do mundo, alguns deles disponíveis até mesmo na internet. Partituras de compositores nacionais são raras, muito mais difíceis de se encontrar e, em nosso acervo, possuímos trabalhos exclusivos de uma grande gama desses profissionais.
Sarah Lorenzon Ferreira, uma das bibliotecárias responsáveis pela migração
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Na Base de Acordes da Universidade encontram-se também grades sobre música folclórica e popular, além de obras sacro-coloniais — vindas das cidades mineiras de Aiuruoca, Brasópolis e Campanha.
Praticidade
“Mesmo com o catálogo individual automatizado, produzido pela ECA no início dos anos 2000, a não integração ao Dedalus obrigava o usuário a exercer várias buscas, em locais distintos, a fim de identificar a gama de materiais que a USP possuía sobre aquele compositor”, explica Sarah Lorenzon Ferreira, uma das bibliotecárias responsáveis pela migração.
Com as partituras incorporadas ao Dedalus, outra vantagem que surge é a aplicação da política de empréstimo unificado. Agora, qualquer usuário que tenha vínculo com a USP consegue fazer o aluguel desses materiais, antes exclusivos aos alunos e docentes da ECA. A exceção são partituras manuscritas, não-alugáveis, estando disponíveis apenas para consulta.
O empréstimo permanece físico. Sendo assim, para solicitar os documentos o estudante deve comparecer à biblioteca da ECA. Entretanto, com o novo sistema, existe a possibilidade de monitoramento de obras, renovação on-line do aluguel e reserva das partituras — algo impossível ao antigo catálogo local.