É moderno ser centenário

Há um século, a Semana de Arte Moderna em São Paulo e a publicação de Ulisses, de James Joyce, e Waste Land, de T.S. Eliot, pavimentaram o caminho do Modernismo na cultura mundo afora

 22/12/2022 - Publicado há 1 ano
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Fotomontagem com imagens de Texturelabs e Wikimedia Commons

 

Em 1922, o Brasil e o mundo descobriram o que era ser moderno na cultura.  Não que o Modernismo e o moderno (são conceitos um tanto diferentes, é bom frisar) tenham surgido planeta afora há cem anos como por geração espontânea – não é bem assim. A história mostra que elementos modernizadores nas artes já estavam presentes desde finais do século 19 e na primeira década do século 20. Mas foi em 1922 que muitos desses elementos se aglutinaram, criaram forma definitiva e determinaram como a cultura passaria a ser vista, estudada, pensada e compreendida a partir daquele icônico ano. Na música, na literatura, nas artes plásticas, tudo mudou. E continuou em metamorfose constante desde então.

No Brasil, a Semana de Arte Moderna de 1922, que tomou de assalto o Theatro Municipal de São Paulo, chocou o vetusto público ainda atrelado a parnasianismos e que tais, mas pavimentou o caminho das artes modernas no País. A partir daqueles poucos dias de fevereiro de 1922 – não, não chegou a uma “semana” -, não se poderia mais falar de Modernismo na cultura nacional sem incluir nomes como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Villa-Lobos, Victor Brecheret, Mário de Andrade e Oswald de Andrade – para ficarmos só nos personagens mais reluzentes daquele momento. A partir de 1922, a cultura brasileira passou a trilhar outros e novos caminhos.

Como a cultura e as artes por várias latitudes do globo também nunca mais foram as mesmas a partir de 1922. E nesse caso, dois nomes se destacam para mostrar o que, afinal, era ser moderno naquele momento: o escritor irlandês James Joyce, com seu Ulisses, e o poeta anglo-americano T.S. Eliot com Waste Land. Esses dois trabalhos podem ser o resumo mais consistente – mas não definitivo nem único – de como as letras se modernizaram e apontaram para pensamentos e conceitos ainda pouco ou nada desbravados.

Para ajudar a compreender melhor a importância e o impacto dessas ações artísticas para lá de modernas que completaram um século neste ano que está acabando, o Jornal da USP produziu uma série de reportagens especiais, trazendo reflexões sobre o período e ouvindo especialistas que explicaram e contextualizaram a importância de ser moderno. Confira a seguir.

 

1922: Os cem anos da Semana de Arte Moderna

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