A Escola Politécnica (Poli) da USP realizou, no dia 15 de julho, o primeiro Encontro Metroferroviário em Infraestrutura de Transportes, promovido pelo Laboratório de Tecnologia de Pavimentação da Escola com o apoio da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE) e da Vale.
Ao longo da manhã, profissionais e acadêmicos apresentaram pesquisas e projetos desenvolvidos na área de transporte ferroviário. A vice-diretora da Poli, professora Liedi Légi Bariani Bernucci, coordenou a mesa de abertura, que contou com a presença do presidente da Associação Brasileira de Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate, e do engenheiro Plínio Assman, politécnico que entre outros cargos foi secretário de Transportes do Estado de São Paulo na gestão Mário Covas, e o primeiro presidente da Companhia do Metrô de São Paulo durante a construção e implantação da operação da primeira linha de Metrô do Brasil.
A vice-diretora coordena o Laboratório de Tecnologia de Pavimentação há mais de 25 anos, contou que a tecnologia ferroviária é um tema no qual seu grupo de pesquisa está se dedicando e assumiu o compromisso de desenvolver pesquisas na área de tecnologia ferroviária a convite de Plínio Assman, já que, para ele, a Poli precisa reagir à necessidade de ferrovias no País.
“A primeira maneira que encontramos é apresentar os trabalhos que temos feito nesta área, voltados às ferrovias, e procurar com essas pessoas e com vocês fazer um movimento nacional pela infraestrutura de transportes brasileiros no modo ferroviário”, explicou a professora. “Espero que se torne habitual apresentarmos para a comunidade o que temos feito, e trazer convidados.”
Plínio Assman classificou o desenvolvimento das tecnologias em transporte ferroviário como uma enorme tarefa que o Brasil tem pela frente, e ressaltou ver com alegria esta primeira reunião promovida pela Poli. Segundo o engenheiro, o País é o quinto maior do mundo em território, e é o que menos o ocupou.
“A condição de ocupar esse território no mundo globalizado atual é uma oportunidade gigantesca que o Brasil tem, e só o Brasil tem”, disse. Ele lembrou que a Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO) estima que, para 2050, 40% da alimentação do mundo virá do Brasil. “Quem ocupou o território no Brasil, e o único que o fez, foi o Estado de São Paulo. No início do século 20, São Paulo tinha oito ferrovias e isso permitiu a ocupação do território e daí a riqueza do Estado.”
Assman afirmou que um desafio gigantesco se desenha, que será a ocupação da Região Norte do Brasil. O engenheiro explicou que devido ao clima tropical brasileiro, a produção agrícola intensa é capaz de alimentar o mundo, e que a Embrapa definiu que as áreas dos Estados da Bahia, Tocantins, Maranhão e Piauí, têm solo e clima para o desenvolvimento do agronegócio em massa. “Essa é a questão que temos de resolver daqui para frente. O desafio é grande. O mundo está precisando desses alimentos”, concluiu. Para o engenheiro, é necessário que haja competência técnica para lidar com esses desafios.
O professor Jorge Pimentel Cintra, vice-chefe do Departamento de Engenharia de Transportes da Poli, ressaltou que sempre foi um desejo do departamento a dedicação aos estudos sobre tecnologias ferroviárias. Por fim, Liedi lembrou que a Escola Politécnica, fundada em 1893, contribuiu notavelmente, durante o transcorrer de sua história, para o desenvolvimento e consolidação da tecnologia nacional nessa área. Ela destacou, ainda, que, seguindo os passos de seu fundador, o professor Antônio Francisco de Paula Sousa, a academia precisa apoiar a indústria e o desenvolvimento sustentável do Estado e do País.
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